26 Junho 2024
Da Argentina a Papua Nova Guiné, estudo identifica 16.825 locais que devem ser priorizados nos próximos cinco anos para prevenir extinções de animais e plantas.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 26-06-2024.
Criar áreas de conservação em apenas 1,2% das terras do mundo seria suficiente para evitar a extinção das espécies mais ameaçadas em todo o planeta. E o custo dessa ação seria de cerca de US$ 263 bilhões, mostra um estudo publicado no Frontier in Science.
A análise aponta que a expansão direcionada de áreas protegidas em terra seria suficiente para prevenir a perda de milhares de mamíferos, aves, anfíbios e plantas. Da Argentina a Papua Nova Guiné, foram identificados 16.825 locais a serem priorizados para conservação nos próximos cinco anos para estancar extinções iminentes de animais e plantas não encontrados em nenhum outro lugar, destaca o Guardian.
Dos locais identificados, que os pesquisadores chamam de “imperativos de conservação”, 38% estão a menos de 2,5 km de uma área protegida existente, indicando que poderiam ser conversões rápidas em potencial. Filipinas, Brasil, Indonésia, Madagascar e Colômbia abrigam, juntas, mais da metade dos locais mapeados no estudo.
As proteções propostas cobririam uma área adicional de 1,6 milhão de km2 – equivalente a pouco menos de um quinto do tamanho do Brasil. Isso se somaria aos quase 16% de terras do mundo que já possuem algum nível de proteção, explica a Reuters.
O estudo foca em como extinções iminentes podem ser evitadas, mas não em tudo que seria necessário para se restaurar a natureza na Terra. Cientistas dizem que é necessário mais do que expandir áreas protegidas para prevenir a destruição da biodiversidade e manter ecossistemas cruciais para as sociedades humanas.
Newsweek, phys.org e Straits Times também repercutiram o estudo.
Em tempo: No Equador, a floresta Los Cedros continua em pé graças a um movimento jurídico global cada vez mais influente: equiparar os Direitos da Natureza aos das pessoas. Em 2008, o país se tornou a primeira nação do mundo a alterar sua Constituição para estabelecer essa equidade, informa a BBC, em matéria reproduzida pela Folha, uma conquista do movimento indígena equatoriano. A mudança marcou uma das primeiras etapas importantes do que ficou conhecido como movimento pelos “Direitos da Natureza”, que defende um arcabouço legal que reconheça que o mundo natural tem direito ao mesmo grau de proteção oferecido às pessoas físicas e jurídicas.
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Proteger apenas 1,2% das terras do planeta poderia evitar nova extinção em massa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU