As duas primeiras conferências já confirmadas dentro da programação do IHU ideias de junho querem provocar a reflexão do Brasil de nosso tempo. Na primeira atividade, que ocorre nesta quinta-feira, 06-06-2024, o diplomata Luiz Feldman proferirá a palestra Mar e o sertão. O espaço no pensamento brasileiro. Já no encontro do IHU ideias de 13-06-2024, o professor João Cezar de Castro Rocha, da UERJ, tensiona as reflexões a partir da palestra O fim das democracias? Limites e possibilidades do horizonte político atual.
O espaço do IHU ideias é sempre nas quintas-feiras, com início das atividades às 17h30min e término às 19h. As palestras são transmitidas pelas redes do IHU. Mas, nesta semana, extraordinariamente, a atividade com o professor Luiz Feldman será das 18 às 19h30.
Luiz Feldman é diplomata, graduado em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e mestre em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). É reconhecido pelos seus estudos de grandes pensadores do Brasil. Sua dissertação de mestrado tem como título O Brasil no mundo e vice-versa: o Estado em Casa-grande & senzala, Sobrados e mucambos e Raízes do Brasil, em que volta a Sérgio Buarque de Holanda. A obra foi até tema de uma das edições da IHU On-Line.
Na conferência, o diplomata revisará sua tese e o livro que publicou com o mesmo nome do título da palestra, Mar e sertão: ensaio sobre o espaço no pensamento brasileiro (Topbooks, 2023). O livro propõe uma releitura do pensamento brasileiro orientada pelo critério espacial, em que sobressaem as temáticas da formação marítima ou terrestre do país, e não pelo ideológico, que recorre à habitual categorização dos autores nacionais em direita ou esquerda. E para isso vai a pensadores como Joaquim Nabuco, Gilberto Freyre, Manoel de Oliveira Lima e Sérgio Buarque de Holanda.
Já o professor João Cezar de Castro Rocha, com palestra marcada para o dia 13-06-2024, propõe uma reflexão mais conjuntural. É o que ele tem feito em diversas entrevistas concedidas ao IHU. Entre elas, a que foi publicada em abril deste ano e tem como título Se não reagirmos, em 15 anos não haverá mais democracia no mundo.
Sobre o contexto das ações do Supremo Tribunal Federal quanto ao X, ele aponta que é imperioso enfrentar Elon Musk e o avanço da extrema-direita nas redes sociais. "Quando é que há o problema? É quando você se recusa a testar a sua hipótese ou quando confrontado com a negação óbvia da sua hipótese você sempre encontra um subterfúgio. É isso que a extrema-direita faz no mundo inteiro. É isso que o Elon Musk está tentando fazer com a democracia brasileira", diz. Este tema foi pauta de live aqui no IHU.
Em outra entrevista, de março de 2021, ainda num Brasil impactado pela pandemia de Covid-19, o professor observou que o culto à morte forjou o Brasil acima de tudo, Deus acima de todos. “A Lei de Segurança Nacional de setembro de 1969 representou um culto à morte do outro, visto como adversário, inimigo a ser eliminado", recordou na época, quando esta lei era frequentemente evocada no governo de Jair Bolsonaro que, enquanto “caçava” um inimigo era inerte nas ações de mitigação dos efeitos da pandemia.