15 Abril 2024
A reportagem é de Luis Miguel Modino, publicada por Religión Digital, 13-04-2024.
A missa do sábado, 13 de abril, foi um momento especial da 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que acontece em Aparecida de 10 a 19 de abril de 2024. 19 catequistas, 18 mulheres e um homem, representando as 19 regiões em que a Igreja do Brasil está organizada, receberam o ministério de catequista das mãos do arcebispo de Santa Maria e presidente da Comissão Bíblico-Catequética da CNBB, Dom Leomar Brustolin.
O ministério do catequista foi instituído pelo Papa Francisco com o motu proprio Antiquum Ministerium, em 10 de maio de 2021. Seu papel é fundamental na Igreja, nos processos de evangelização para os quais os bispos do Brasil estão elaborando as Diretrizes da Ação Evangelizadora. Um papel reconhecido por Dom Brustolin, como destacou na missa celebrada aos pés de Nossa Senhora Aparecida, no Santuário Nacional, quando perguntou: "O que seria da nossa Igreja sem a sua missão?
Entre os que receberam o ministério está Deolinda Melchior da Silva, uma mulher indígena do povo Macuxi, que está ajudando a criar uma Igreja com rosto indígena, como pede o Sínodo para a Amazônia. O presidente da Comissão Bíblico-Catequética afirmou que "foi uma grande alegria poder incluir no grupo dos primeiros catequistas do Brasil uma mulher indígena com longa experiência em catequese, com grande capacidade de evangelização".
Segundo o bispo, "sua presença com todos os outros revela a grandeza do multiculturalismo brasileiro, a grandeza da fé nesta terra e, sobretudo, mostra o quanto o Evangelho precisa ser inculturado e encarnado em terras brasileiras. Para nós, na comissão, ter um indígena, pessoas que trabalham com deficiências, representantes de comunidades negras, todos eles representam a beleza do Evangelho inculturado em diferentes realidades".
A Sra. Deolinda é catequista na Missão Muturuca, no município de Uiramutã, diocese de Roraima, há 42 anos, e coordena a catequese em sua região há 15 anos. Ela disse estar muito feliz por receber esse ministério como catequista em uma celebração em que "me senti fortalecida, minha fé cresce cada vez mais e assim continuamos trabalhando", conclamando os catequistas indígenas a continuarem cumprindo sua missão. Na diocese de Roraima são organizados cursos de formação todos os anos para catequistas e líderes que celebram a Palavra em suas comunidades.
A posse de Deolinda Melchior da Silva no ministério de catequista é considerada pelo bispo de Roraima, Dom Evaristo Spengler, como um dia histórico para a diocese e para o Regional Norte1. Os que receberam esse ministério são pessoas que preparam as pessoas "para serem discípulos de Jesus Cristo, caminhando com Ele, ouvindo Sua Palavra, vivendo em comunidade, alimentando-se da Eucaristia e vivendo fraternalmente em comunidade".
O bispo Spengler, que entregou a Bíblia à mulher que havia recebido o ministério de catequista, como os outros bispos fizeram com cada catequista, ressaltou a importância de a Sra. Deolinda receber o ministério de catequista em nome de todos os povos indígenas do Brasil. Os povos originários foram evangelizados por missionários que vieram de outros lugares, "e agora os povos indígenas são os protagonistas da missão". Em uma região com comunidades de difícil acesso, "Dona Deolinda é incansável, é um testemunho vivo do Evangelho que se espalha entre nosso povo", enfatizou o bispo.
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Deolinda Melchior da Silva, a indígena Macuxi entre os 19 catequistas que receberam esse ministério na 61ª sessão plenária dos Bispos do Brasil - Instituto Humanitas Unisinos - IHU