27 Fevereiro 2024
A pesquisadora estadunidense de análise crítica do discurso e professora da Universidade de Washington, Robin Jeanne DiAngelo, disse que a representação de Michelangelo de Deus na criação de Adão na Capela Sistina, pintada por volta de 1512, “é a convergência perfeita da supremacia branca e do patriarcado”.
A reportagem é de Edelberto Behs.
“A única imagem que uso para capturar a supremacia branca é a Capela Sistina de Michelangelo, Deus criando o homem, onde Deus está um uma nuvem e há todos esses anjos, e Ele está estendendo a mão e tocando – não sei quem é, Davi ou algo?” – disse DiAngeli em entrevista ao podcast “Not Your Ordinary Parts”.
DiAngelo cunhou, em 2011, o termo “fragilidade branca” para descrever o que ela entende por reações defensivas que os brancos experimentam quando são colocados em situações quando precisam refletir sobre a raça.
No livro White Fragility: Why It’s So Hard for White People do Talk about Racism (Fragilidade branca: por que é tão difícil para os brancos falarem sobre racismo) a autora afirma que “uma identidade branca positiva é uma meta impossível. A identidade branca é inerente e racista; os brancos não existem fora do sistema de supremacia branca”.
White Fragility: Why It’s So Hard for White People do Talk about Racism, de Robin DiAngelo. (Foto: Divulgação)
Sobre a criação de Adão, pintada na capela Sistina, DiAngelo observou que Deus e os anjos icônicos no afresco de Michelangelo são todos brancos. “Essa é a convergência perfeita da supremacia branca e do patriarcado”, disse ela.
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Afresco de Michelangelo na Capela Sistina é racista, diz pesquisadora - Instituto Humanitas Unisinos - IHU