28 Março 2023
"Os resultados da pesquisa, publicados na revista Earth's Future, mostram que 106 dessas cidades, localizadas principalmente na China, Indonésia e Emirados Árabes Unidos foram os responsáveis pela maior parte dos aterros; somente a cidade de Xangai adicionou cerca de 350 quilômetros quadrados à sua área", escreve Vivaldo José Breternitz, doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.
Aterrar áreas costeiras não é algo novo, mas entre os anos 2000 e 2020 houve um aumento significativo nessa atividade, com estudos mostrando que nesse período foram tomados ao mar cerca de 2.500 quilômetros quadrados, uma área equivalente à de Luxemburgo.
Usando imagens do satélite Landsat, pesquisadores da Universidade de Southampton analisaram mudanças desse tipo acontecidas no entorno de 135 cidades com mais de um milhão de habitantes.
Os resultados da pesquisa, publicados na revista Earth's Future, mostram que 106 dessas cidades, localizadas principalmente na China, Indonésia e Emirados Árabes Unidos foram os responsáveis pela maior parte dos aterros; somente a cidade de Xangai adicionou cerca de 350 quilômetros quadrados à sua área.
A maioria desses projetos buscou viabilizar a expansão de portos, espaços urbanos e industriais. Em alguns casos, foram feitos aterros que foram chamados pelos pesquisadores “projetos de prestígio”, como as ilhas em forma de palmeira construídas em Dubai.
Aterros de áreas costeiras impactam fortemente o meio ambiente, muitas vezes eliminando áreas úmidas e afetando ecossistemas de forma irreversível.
Ironicamente, grande parte dessas novas terras não durará muito, pois mais de dois terços delas provavelmente serão atingidas pelo aumento do nível do mar até o final do século.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Cresce o aterro de áreas costeiras. Artigo de Vivaldo José Breternitz - Instituto Humanitas Unisinos - IHU