Neste espaço se entrelaçam poesia e mística. Por meio de orações de mestres espirituais de diferentes religiões, mergulhamos no Mistério que é a absoluta transcendência e a absoluta proximidade. Este serviço é uma iniciativa feita em parceria com o Prof. Dr. Faustino Teixeira, teólogo, colaborador do Instituto Humanitas Unisinos – IHU e do canal Paz Bem.
Antigamente
Antigamente havia
a casa de estar
e a casa de jantar
e havia fome
como hoje
Fonte: Adília Lopes. Estar em casa. Porto: Assírio & Alvim, 2018, p.77
Maria José da Silva Viana Fidalgo de Oliveira (1960): Mais conhecida como Adília Lopes, pseudônimo criado em 1983 e pelo qual ficou conhecida, é uma poetisa, cronista e tradutora portuguesa. Autora de vasta obra, publicou seu primeiro livro em 1985, Um jogo bastante perigoso. Seus textos são marcados por ironia e irreverência, mas também sobriedade, como declara a própria escritora: "Há sempre uma grande carga de violência, de dor, de seriedade e de santidade naquilo que escrevo". Além disso, Adília, que é católica praticante, conduz seu leitor para uma profunda religiosidade e, por isso, se define como "tímida desenrascada" ou "freira poetisa barroca". Entre outras publicações, destacamos, O Poeta de Pondichéry (1986), seu livro mais traduzido, e Obra (2000), que é a reunião dos quinze livros de poesia com ilustrações de Paula Rego.