14 Setembro 2022
A Santa Sé e o Patriarcado de Moscou "estão trabalhando" para que o tão esperado segundo encontro entre o Papa Francisco e Kirill ocorra em breve, apesar das dificuldades da guerra de Putin e da "surpresa" da entrevista de Bergoglio ao Corriere, que fez com que o encontro agendado para meados de junho em Jerusalém "a ser cancelado pela Santa Sé". Isso foi afirmado pelo Metropolita Antônio de Volokomask, chefe do Departamento de Relações Eclesiásticas Estrangeiras do Patriarcado de Moscou, depois de se encontrar com Francisco no Cazaquistão.
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 14-09-2022.
O encontro, dentro da rodada de encontros privados por ocasião do Congresso de Líderes Religiosos de Nur-Sultan, foi "muito cordial, como sempre", declarou o Metropolita na saída. "Ele enviou saudações para o Patriarca Kirill por meu intermédio. Falamos sobre a presença da Igreja Ortodoxa Russa no Cazaquistão, que é muito grande".
Questionado sobre um futuro encontro entre os dois, Antônio salientou que "existe essa possibilidade, obviamente, mas tem de ser bem preparada". "Devemos ver onde, quando e, mais importante, qual é o objetivo, como fizemos no histórico encontro de Havana, o primeiro entre um papa e um patriarca de Moscou." "O documento que pode sair no final é muito importante, qual é a mensagem forte", acrescentou o representante do Patriarcado, que admitiu ter falado sobre isso com o Papa, "embora não em profundidade", já que "o segundo encontro já estava em fase de preparação e esperamos que possa acontecer".
Entre as dificuldades que podem impedir um novo abraço cara a cara entre Kirill e Francisco, "que não pode ser só para o café", Antônio lembrou que "o anterior foi cancelado pelo Vaticano". "O Papa deu uma entrevista na qual disse que não estava disposto a um encontro com o patriarca", disse o metropolita, que não quis esclarecer se foi por causa da posição de Kirill sobre a guerra na Ucrânia, embora ninguém duvide que esta era a razão final.
"Temos que falar com os colaboradores, o próprio Papa me confirmou durante nosso encontro de agosto que este encontro é necessário", concluiu Antônio, que finalmente admitiu que a entrevista com Il Corierre "foi uma surpresa" e que Bergoglio incomodou ao dizer que "não foi útil para a unidade dos cristãos". “Sabemos que podemos avançar, que os dois líderes religiosos continuam este caminho, como cristãos, para ajudar as pessoas, é isso que é importante”, concluiu.
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Metropolita Antonio, após encontro com Francisco, volta a abrir as portas para um encontro entre o Papa e Kirill - Instituto Humanitas Unisinos - IHU