02 Setembro 2022
Uma das propostas que emergiu do Sínodo para a Amazónia foi a criação de um rito amazônico, uma realidade presente na história da Igreja Católica. Na verdade, existem atualmente 24 ritos católicos.
A reportagem é de Luis Miguel Modino.
Para a criação deste rito católico, sob a égide da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), foi criado um núcleo com 16 membros, escolhidos de acordo com diferentes critérios de representatividade. O núcleo está dividido em quatro subcomissões: Antropológico-Sociológico e Espiritual, Histórico-Cultural, Teológico-Eclesiológico e Ritual-Jurídico.
Foto: enviada por Luis Miguel Modino.
O que se procura através deste núcleo é "estudar as 'tradições, usos e costumes' dos povos da região amazônica, bem como as possibilidades, condições e implicações de um rito amazônico, tendo em vista a elaboração de uma proposta que leve as Igrejas Locais a viver e celebrar a sua fé, de acordo com as suas expressões tradicionais". Um objetivo que se concretiza em outros objetivos mais específicos.
Nos últimos meses, o núcleo tem vindo a realizar reuniões de estudo sobre os Ritos na Igreja e a realidade sociocultural-religiosa da Amazônia, procurando identificar matrizes de base comuns. Durante este tempo, foram identificados alguns desafios, tais como responder de acordo com os parâmetros de uma "inculturação na interculturalidade", a divisão das tarefas de cada subcomissão e a constituição de um Grupo de Síntese e Redação, composto por representantes das subcomissões e peritos de apoio, para recolher as contribuições das subcomissões e elaborar um primeiro esboço do rito amazônico.
Ao mesmo tempo, o Núcleo tem alguns receios em relação ao trabalho que está a ser realizado, que têm a ver com a dificuldade de recolher junto com os povos, culturas e Igrejas da região amazônica as suas expressões culturais, místicas e populares da fé celebrada nas diferentes circunstâncias da vida. Também, no meio da grande diversidade de povos, culturas e expressões religiosas, para identificar as matrizes comuns de tudo o que está relacionado com este rito. Finalmente, para garantir que os povos, culturas e Igreja da região amazônica se reconheçam neste Ritual Amazônico.
Tudo isto foi apresentado a 1º de setembro no Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. A reunião contou com a presença do Prefeito do Dicastério, Cardeal Arthur Roche, criado no Consistório de 27 de agosto, do Secretário, Mons. Vittorio Francesco Viola, O.F.M., e do Subsecretário, Mons. Aurelio García Macías. Estiveram presentes em nome da CEAMA o seu presidente, o Cardeal Pedro Barreto, o seu secretário executivo, P. Alfredo Ferro, SJ, e Dom Eugenio Coter, em representação do Núcleo do Rito Amazônico.
Segundo o Padre Ferro, os representantes da CEAMA foram calorosamente recebidos, destacando o bom ambiente presente ao longo do encontro. Durante o encontro, foi apresentada a Conferência Eclesial da Amazônia, e o Cardeal Barreto explicou o processo e o caminho percorrido pela CEAMA desde a sua fundação em junho de 2020.
O debate centrou-se nos números do Documento Final do Sínodo para a Amazônia que falam sobre o Rito Amazônico, centrando-se no número 119, onde são levantados os desafios existentes em relação ao Rito Amazônico. Dom Eugênio Coter, Bispo do Vicariato Apostólico de Pando, na Amazônia Boliviana, apresentou aos membros do Dicastério a finalidade das diferentes subcomissões criadas, bem como os objetivos perseguidos.
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CEAMA apresenta o Rito Amazônico ao Dicastério para o Culto Divino - Instituto Humanitas Unisinos - IHU