Biden: “Evitar um conflito”, Xi: “Precisamos de respeito mútuo”. Cara-a-cara entre Biden e Xi, “Respeito mútuo”, mas há confronto sobre Taiwan

Joe Biden e Xi Jinping. (Foto: Lintao Zhang | Flickr CC – Conta Li Jilin)

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18 Novembro 2021

 

Da cúpula emerge o desejo de serenar os espíritos, mas vários nós permanecem: primeiro aquele sobre Taiwan. Twitter da China para os EUA: não apoiem as forças de independência de Taiwan, China, o partido glorifica Xi Jinping, "marxista do século XXI". Cop26, o que prevê o acordo EUA-China sobre o clima. Alarme ao Pentágono sobre as armas nucleares da China: "Mil ogivas em 2030".

 

A reportagem é publicada por RAI News, 16-11-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

Terminou a primeira cúpula cara a cara, embora virtual, entre o presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente dos EUA, Joe Biden, que hoje conversaram pela primeira vez em videoconferência. A cúpula, dividida em duas partes separadas por um pequeno intervalo, foi encerrada às 12h24, horário de Pequim, anunciou a emissora televisiva estatal chinesa China Central Television: a primeira parte durou quase duas horas e a segunda, que começou pouco depois das onze da manhã, segundo o fuso horário chinês, durou pouco mais de uma hora.

O presidente chinês, Xi Jinping, saudou seu homólogo estadunidense Joe Biden como "um velho amigo" no discurso de abertura da cúpula virtual, dizendo que estava "muito feliz" em vê-lo novamente e que considerava essencial que China e Estados Unidos trabalhassem juntos para enfrentar os desafios comuns. O vídeo das falas de abertura do encontro, filmado pela rede estatal CCTV, foi colocado nas redes sociais em mandarim, principalmente pelo gesto de Xi que, erguendo o braço direito, quebrou o protocolo e cumprimentou Biden pela primeira vez com a mão. Os dois se encontraram várias vezes no passado, a mídia oficial de Pequim vem lembrando há dias, inclusive quando ambos eram vice-presidentes.

O encontro, do lado chinês, conta com a presença de Ding Xuexiang (diretor do Gabinete Geral do Comitê Central do PCCh), Liu He (vice-primeiro-ministro e plenipotenciário de Xi em todos os dossiês econômicos, especialmente com os EUA), Yang Jiechi (o chefe da diplomacia do Partido Comunista), Wang Yi (Conselheiro de Estado e Ministro das Relações Exteriores) e Xie Feng, Vice-Ministro das Relações Exteriores. Biden abriu a cúpula dizendo que os dois países devem desenvolver "guard rail" para "garantir que a competição não leve a conflitos, sejam eles intencionais ou não". “Precisamos estabelecer algumas modalidades de bom senso”, acrescentou Biden, “e garantir uma competição honesta e transparente entre nossos países, especialmente diante de desafios vitais como o combate às mudanças climáticas. Temos uma responsabilidade diante do mundo, tanto quanto diante dos nossos dois povos".

Após os cumprimentos e as declarações de intenções, os dois dirigentes não pouparam críticas. O mandatário da Casa Branca disse estar muito preocupado com o que os EUA consideram uma violação dos direitos humanos no Xinjiang, no Tibete e em Hong Kong. Em seguida, ele pediu a Pequim que respeitasse as regras na frente econômica e comercial, falando de "práticas injustas" que prejudicam as empresas e os trabalhadores estadunidenses. Depois a questão de Taiwan. Biden alertou o presidente chinês contra ações unilaterais que mudam o status quo e minam a paz e a estabilidade na região. A resposta de Xi foi dura, reiterando a sacralidade do princípio de 'uma só China': "Buscar a independência de Taiwan significa brincar com fogo", disse ele sem rodeios. E ainda: “Se a linha vermelha for ultrapassada teremos que tomar medidas decisivas”. Uma mensagem clara e inequívoca. Mesmo quando o presidente chinês disse esperar que Biden demonstre plenamente sua liderança e "conduza a política dos EUA em relação à China de volta a um trilho racional e pragmático", respeitando "os princípios de respeito mútuo, da convivência pacífica e de uma cooperação vantajosa para ambas as partes".

Em suma, ainda é cedo para falar em um verdadeiro degelo, mas Biden e Xi identificam na luta contra as mudanças climáticas e no campo da energia os dois campos nos quais iniciar uma cooperação profícua entre Estados Unidos e China e buscar abrir uma nova era nas relações que há décadas jamais haviam caído tão baixo.

A cúpula, escreveu a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, no Twitter, foi "ampla, aprofundada, direta, construtiva, concreta e produtiva e ajudou a aumentar o entendimento mútuo". Ambos concordaram sobre a oportunidade de “respeitar um ao outro, coexistir em paz, manter o diálogo e gerir adequadamente as diferenças. Uma mensagem poderosa para a China, os Estados Unidos e o mundo”.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou suas "preocupações" sobre as práticas (da China) "no Xinjiang, no Tibete e em Hong Kong e sobre os direitos humanos em geral". Biden também afirmou que os EUA permanecem leais à política da "China única" e "se opõem firmemente" a qualquer tentativa unilateral "de mudar o status quo ou minar a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan". É o que lemos no comunicado publicado no site da Casa Branca ao final da cúpula. A China está disposta a lutar pela perspectiva de uma "reunificação pacífica" de Taiwan com a República Popular da China, mas alerta que se as forças separatistas, como Pequim chama a atual liderança da ilha, cruzarem a linha vermelha, tomará "medidas decisivas".

A afirmação foi do presidente chinês, Xi Jinping, durante a primeira cúpula com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reiterando a posição de Pequim, segundo a qual existe uma única China no mundo e Taiwan faz parte do território chinês. "Somos pacientes e estamos dispostos a usar de nossa máxima sinceridade e fazer o nosso melhor para lutar pela perspectiva de uma reunificação pacífica", declarou Xi, citado pela agência de notícias Xinhua. “Porém, se as forças separatistas pela ‘independência de Taiwan’ ultrapassarem a linha vermelha, teremos que tomar medidas decisivas”, ameaça o presidente chinês. O presidente chinês, Xi Jinping, pede ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que demonstre liderança política para o retorno das relações entre Washington e Pequim para um trilho "racional e pragmático".

Isto foi afirmado por Xi, citado em uma nota emitida pela agência Xinhua no final da primeira cúpula em videoconferência com o mandatário da Casa Branca. “Espera-se que o presidente empenhe toda a sua liderança política para que conduza a política dos EUA em relação à China de volta a um trilho racional e pragmático”, explicita a nota.

 

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