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“O populismo é um sintoma”. Entrevista com Nancy Fraser

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27 Outubro 2021

 

Do império, lugar de onde, a partir de seu trabalho acadêmico e sua pesquisa intelectual, constrói uma instrumentalidade militante, Nancy Fraser pensa no populismo como uma ferramenta política. Embora esta filósofa norte-americana não se defina como populista, encontra nessa manifestação social e ideológica uma resposta a uma variedade de governos que caracteriza como um neoliberalismo progressista.

Bill Clinton, nos Estados Unidos, e Tony Blair, no Reino Unido, durante os anos 1990, ou exemplos mais recentes como Barack Obama ou Emmanuel Macron, na França, servem para expor formas institucionais nas quais a ampliação de direitos para minorias e os discursos que parecem se inspirar no feminismo ou em manifestações antidiscriminatórias servem como um mecanismo de sedução ou encantamento para aplicar medidas econômicas que deixam a imensa maioria da população na miséria e desamparo.

Assim, para a professora de Filosofia e Política na New School for Social Research de Nova York, o capitalismo não deve ser compreendido apenas em sua dimensão econômica. Para evitar cair na repetição de uma imagem que o sistema quer fomentar de si mesmo, Fraser propõe que o capitalismo seja visto como uma forma de organização da produção e do intercâmbio onde o essencial está no conjunto de relações que propicia e nas condições de possibilidades que são geradas.

Essa mudança no procedimento de análise faz com que ela identifique a principal contradição na trama invisível que constrói a formação do valor. Se, do ponto de vista econômico, o valor de uma mercadoria seria dado pelo trabalho produtivo, Fraser destaca que a “morada oculta do capital” (para tomar um conceito de Marx) está na série de atividades reprodutivas e sociais que o sistema busca excluir da atribuição de valor.

Seus escritos se tornam um chamado em livros como Contrahegemonía ya! (Siglo XXI) ou Feminismos para os 99% (Boitempo), escrito com Cinzia Arruzza e Tithi Bhattacharya, nos quais a metodologia, o arsenal teórico, tornam-se um conjunto de estratégias para ler a realidade.

No pensamento de Nancy Fraser, o sistema capitalista converteu a exploração e a expropriação em dispositivos que atuam de forma generalizada, tanto em nível emocional, cultural, como material. Para Fraser, a crítica social está ligada a descobrir a novidade no diagnóstico empírico de sua época.

A entrevista é de Alejandra Varela, publicada por Clarín-Revista Ñ, 22-10-2021. A tradução é do Cepat.

 

Eis a entrevista.

 

Você define o populismo como um sintoma frente ao progressismo neoliberal. O populismo pode ser uma ferramenta da esquerda para criar uma contra-hegemonia?

O populismo é uma transição instável quando existe uma ruptura do pensamento hegemônico, quando o sentido comum entra em uma crise de confiança e são buscadas novas opções. São nesses contextos que emergem os populismos como uma tentativa de pensar fora do estabelecido e são rebeliões que podem surgir tanto na esquerda quanto na direita.

Não tenho um conhecimento profundo de como é a situação na Argentina, mas nos Estados Unidos existe o populismo de Donald Trump, de direita, e o de Bernie Sanders, de esquerda, que se dirigem para o que se poderia chamar os 99%. Nesse sentido, é urgente diferenciar como se manifestam. O de direita é um beco sem saída, não oferece respostas para a gravidade da crise que enfrentamos em termos de mudanças climáticas, reprodução social, desigualdades. O populismo de esquerda está muito mais próximo da realidade.

Esses desdobramentos espontâneos do populismo de esquerda têm o potencial de desenvolver movimentos emancipatórios que deem resposta à crise, que é geral, de ordem social, não se trata apenas de um aspecto – a economia ou a ecologia –, mas todas as contradições convergem e, portanto, demandam uma transformação ampla e total.

Embora eu não possa me considerar populista, sou uma pessoa de pensamento de esquerda e considero que é preciso trabalhar com esses movimentos, em vez de cerrar fileiras com as forças neoliberais de centro que agora dizem que é preciso se unir a elas porque a direita é tão perigosa que não resta outra alternativa, sendo que foram essas forças neoliberais que nos trouxeram pessoas como Trump e Bolsonaro.

 

Não considera que as sociedades se desencantaram, mas avalia que essas pessoas poderiam votar em um projeto de esquerda. A esquerda tem dificuldades para se aproximar dos cidadãos?

O que entendemos por esquerda? Hoje, não teríamos que pensar na concepção dos velhos partidos marxistas, mas nos sindicatos, setores dos feminismos, movimentos antirracistas como Black Live Matter, movimentos ecologistas, indígenas que, embora não são em si mesmos movimentos de esquerda, no interior de cada um deles há componentes de esquerda e é importante ver que a partir desses setores é possível compreender a profundidade, a questão estrutural da crise e entender que uma reforma superficial não irá resolver.

Embora as pessoas comuns não têm motivo para ter o conhecimento da categoria esquerda, possuem a intuição de que existe algo que se rompeu em um nível muito profundo. Então, é preciso pensar que até o momento a direita teve sucesso em oferecer um discurso que as interpele, é claro, com conceitos falsos e confusos, que levam a uma interpretação ruim da realidade, mas o desafio diante disso é construir uma força contra-hegemônica que una todos esses setores do mundo do trabalho e das minorias e que juntos possam traçar e articular uma alternativa a pessoas como Trump e Bolsonaro. Essas forças que se unem para destruir o planeta e que nos impedem de ter vidas saudáveis e felizes estão profundamente enraizadas no sistema capitalista.

 

A pandemia mudou as condições de possibilidade do sistema?

O capitalismo se mostra um sistema no qual a produção e a venda dos produtos, dos quais se obtêm uma rentabilidade, contêm o aspecto monetário do capital, mas toda essa grande parte que se vê do capitalismo repousa sobre outra que tem a ver com as tarefas de cuidado, o que chamamos no feminismo de reprodução social ou socialização e que vai do nascimento à contínua provisão de trabalhadores.

Sem essa tarefa de cuidado, não seria possível existir essa força de trabalho, e tudo isso funciona fora de cena, em uma “morada oculta”, e foi historicamente levado adiante por mulheres como um trabalho não remunerado. O que o sistema faz é canibalizar, desestabilizando esse setor da sociedade e apenas em momentos muito excepcionais nos quais, por exemplo, o Estado de bem-estar intervém, existe um limite para isso, mas o neoliberalismo é tão predatório que todas essas barreiras e controles são eliminados.

A pandemia tornou visível essa crise da reprodução social, conforme o feminismo vem fazendo desde sempre. Colocou-se em evidência o tempo demandado pela escolarização, tudo o que exige trabalhar com ferramentas como o Zoom, para aqueles que podem acessar essa forma de trabalho. A pandemia também nos ensinou como se fragilizou e canibalizou o poder público, as infraestruturas dos países, a capacidade legal, inclusive as forças policiais. O mundo dos negócios não quer pagar nada por isso.

Antes da pandemia, essa pressão para o desinvestimento em infraestrutura e saúde pública já estava presente. Se toda essa privatização não tivesse existido, enfrentar a pandemia não teria sido tão dramático, mas temos o mundo corporativo das grandes farmacêuticas e os seguros de saúde que buscam o seu próprio lucro e é o que vemos com as patentes das vacinas.

Se eu tivesse que sugerir uma medida a ser urgentemente implementada, seria a propriedade pública das vacinas, sua distribuição e produção. A tecnologia de RNAm que foi gerada para a produção de vacinas é baseada em pesquisas que foram financiadas com os dólares dos contribuintes estadunidenses. Então, por que empresas como Pfizer e Moderna são titulares dessas vacinas?

 

Considera que Trump perdeu as eleições por causa da pandemia?

Há muitas razões para a derrota de Trump. Sem dúvida, a forma como gerenciou a pandemia é uma delas. Há algo irônico. Em sua campanha, apresentou-se como o homem poderoso que iria gerar um Estado forte, protecionista, antineoliberal, e nada disso aconteceu. Tornou-se uma espécie de libertário desequilibrado com sua posição antivacina, antimáscara, anticonfinamento. E mesmo com tudo isso, um terço da população do país continua apoiando-o.

Chegou-se a dizer que tomou o Partido Republicano como refém, algo que os republicanos não vão admitir publicamente, mas o candidato que se propunha como protecionista acabou sendo antiestado. É importante destacar que venceu a primeira vez, mas não a segunda com essa estratégia. Funcionou melhor para ele em 2016, quando falou da construção do muro e da recuperação do trabalho industrial, mas em 2020 não lhe trouxe resultado.

Isso mostra que uma parte importante da sociedade não está louca, que o que querem é trabalho. Podem não gostar dos imigrantes, mas uma proposta que lhes ofereça postos de trabalho pode ser mais importante para eles do que a questão dos imigrantes. Por isso, acredito que um populismo de esquerda poderia apelar a esses eleitores.

 

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