Estudo aponta aumento da fome e da pobreza no RS e no Brasil mesmo antes da pandemia

Foto: PixaHive

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

20 Outubro 2021

 

Número de domicílios em situação de segurança alimentar caiu de 84,1% para 76,5% no RS entre 2013 e 2018.

A reportagem é de Luís Gomes, publicada por Sul21, 18-10-2021.

O Departamento de Economia e Estatística (DEE), antiga FEE e atualmente vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), divulgou na última sexta-feira (15) dados referentes à erradicação da pobreza e ao enfrentamento da insegurança alimentar no Rio Grande do Sul, que alertam para o aumento da pobreza e da fome no Estado e no Brasil mesmo antes da pandemia de covid-19.

A partir de dados de pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estudo analisa o cumprimento dos chamados Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), elaborados pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a promoção de um esforço global de enfrentamento dos desafios ambientais, políticos e econômicos mais urgentes do mundo. Uma das metas estipuladas é acabar com a fome e garantir o acesso regular de todas as pessoas a alimentos seguros, nutritivos e suficientes até 2030.

Com relação ao ODS de erradicação da pobreza, o estudo do DEE apontou piora nos dados do Rio Grande do Sul e do Brasil entre 2015 e 2019. Em 2015, 1,4% dos gaúchos estavam abaixo da linha da pobreza extrema. Em 2019, eram 2,2%.

O estudo destaca que, desde 2015, é considerada a linha da pobreza extrema a renda per capita diária de US$ 1,90, enquanto as linhas da pobreza foram colocadas em US$ 3,20 e US$ 5,50, sendo o último patamar o recomendado para países com renda equivalente a do Brasil.

O levantamento também aponta que, em 2015, 3,5% dos gaúchos tinham renda de até US$ 3,20 por dia e 10,8% até US$ 5,50. Em 2019, esses números passaram a ser de 4,2% e 11,1%, respectivamente. De positivo, o estudo aponta que houve melhoria entre 2018 e 2019, uma vez que 5,1% dos gaúchos viviam com renda diária de US$ 3,20 e 13,1% com renda diária de até US$ 5,50.

Já em relação ao Brasil, o estudo mostra que, em 2015, 4,9% das pessoas vivia com renda diária de até US$ 1,90, 10,8% com até US$ 3,20 e 23,7% com até US$ 5,50. Em 2019, os percentuais subiram para, respectivamente, 6,5%, 12,2% e 24,7%.

 

Segurança alimentar

 

Com relação à insegurança alimentar, o estudo do DEE aponta que, em 2013, 84,1% dos domicílios gaúchos viviam em condições consideradas como de segurança alimentar, enquanto 1,9% viviam em situação de segurança alimentar grave. Já em 2017/2018 — últimos dados analisados –, o número de pessoas vivendo em condições adequadas de alimentação caiu para 76,5%, enquanto aqueles que vivem em situação grave passou para 2,4%.

O estudo ressalta que a piora ocorreu de forma generalizada no Brasil, o que fez com que o RS, mesmo apresentando indicadores piores, passasse de 5º para o 3º lugar no ranking dos estados com melhor situação de segurança alimentar.

No Brasil como um todo, o número de domicílios em situação de segurança alimentar caiu de 77,4%, em 2013, para 63,3% em 2017/2018, com a situação de fome grave subindo de 3,2% para 4,6% dos domicílios.

Apesar de os estudos usarem dados anteriores à pandemia, a SPGG informou também que, em janeiro de 2021, 947.112 mil gaúchos viviam com até R$ 89 por mês, conforme dados do Cadastro Único (CadÚnico), o que representa 8% da população vivendo em condição de extrema pobreza, segundo os parâmetros definidos pelo governo federal para enquadramento nos programas sociais. Quando considerada a linha da pobreza, de ganhos mensais de até R$ 178, o número de pessoas chega a 1.291.678, isto é, 11% da população gaúcha.

 

Leia mais