31 Agosto 2021
É um insulto ao Brasil que o presidente da República use a nossa data nacional para impulsionar o sectarismo, o ódio e a violência, lançando brasileiros contra brasileiros.
Evidentemente, ele quer um cadáver, ou vários, para poder decretar estado de sítio.
Nunca vimos isso em 200 anos de história do Brasil independente.
Depois do assalto em Araçatuba, não há como não perguntar: uma pessoa com fuzil em casa pode mesmo se sentir segura?
Qual é a segurança de alguém que, pelas posições extremistas, dá sinais para a vizinhança e para conhecidos de que tem armas pesadas em casa?
É possível dormir sabendo que os bandidos em algum momento saberão que aquela casa tem fuzis?
O metido a valente que tem ou pretende ter fuzis, na casa em que mora com os filhos, sente-se de fato seguro com uma arma nos pés da cama?
Não passa pela cabeça desse bolsonarista que os bandidos vão um dia querer os seus fuzis?
Erram grandemente os que se posicionam contra o impeachment, para que Bolsonaro possa ser derrotado nas urnas em 2022. O bolsonarismo não caminhará passivamente para este cenário benigno. Não estamos lidando com um partido político tradicional, mas com um grupo revolucionário de extrema direita, cujo objetivo é implodir o país e construir uma "nova ordem" a partir dos escombros. Exatamente como os nazistas fizeram.
Eles não têm limites. Sequestraram a festa nacional brasileira, transformando o 7 de Setembro numa data de ódio, segregação, ameaça e conflito. Estão convocando seus seguidores a comparecerem armados nas manifestações. Ameaçam invadir, depredar, atirar e matar. É um crime hediondo contra o Brasil.
Tanto do ponto de vista político como criminal, Bolsonaro e seus cúmplices, civis e militares, são pessoalmente responsáveis pelo que vai ocorrer.
O site da Folha amanheceu com a manchete: "Banqueiros e empresários querem formar frente ampla histórica em defesa das instituições".
Era uma louvação sem fim a Paulo Skaf, improbabilíssimo herói da resistência democrática, e ao manifesto pela "harmonia entre os poderes" que ele articulou junto à Fiesp e à Febraban.
Lido com atenção, o manifesto pede mesmo é que se encontre um caminho intermediário entre Bolsonaro e a Constituição. Mas o governo reagiu com fúria, o que legitimou a ideia de que se tratava do libelo de uma burguesia esclarecida.
Pois agora Skaf já avisou a Guedes que o manifesto "está suspenso". Nada dessa história de parecer que se está contra Bolsonaro.
No mesmo site, leio que ministros dizem a interlocutores no Congresso que, após o 7 de setembro, o genocida vai sossegar, porque sabe que o excesso de tensões políticas piora suas chances de reeleição.
O impressionante é este discurso continuar a ser acionado, depois de tudo o que se viu até aqui.
O compromisso da elite política e dos capitalistas com a democracia é, quando muito, vacilante, condicional e episódico. Bolsonaro conta com isso.
A nota da elite empresarial é um muro da pior qualidade
Não diz nada com nada o tal documento que a Fiesp, os bancos e entidades diversas emitiriam com apelo pela harmonia entre os poderes.
Alguém vazou o texto, que havia sido encaminhado aos 200 signatários. Por acordo de Arthur Lira com Paulo Skaf, da Fiesp, a nota teve publicação adiada.
Até o acovardamento é uma bobagem, porque o manifesto é um muro de última categoria, além de ser muito mal escrito.
O início, que fala da praça dos três poderes, é uma alegoria de aluno de quinta série que se mete a ensaiar uma redação precária para o Enem.
Por que adiaram a publicação de um manifesto, que acabou sendo divulgado de qualquer jeito, se o texto é uma enrolação do conselheiro Acácio?
Abaixo, a íntegra da última versão da nota:
“A praça dos três poderes encarna a representação arquitetônica da independência e harmonia entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, essência da República.
Esse espaço foi construído formando um triângulo equilátero, cujos vértices são os edifícios-sede de cada um dos poderes.
Esta disposição deixa claro que nenhum dos prédios é superior em importância, nenhum invade o limite dos outros, um não pode prescindir dos demais. Em resumo, a harmonia tem de ser a regra entre eles.
Este princípio está presente de forma clara na Constituição Federal, pilar do ordenamento jurídico do país.
Diante disso, é primordial que todos os ocupantes de cargos relevantes da República sigam o que a Constituição nos impõe.
As entidades da sociedade civil que assinam este manifesto veem com grande preocupação a escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas.
O momento exige de todos serenidade, diálogo, pacificação política, estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer, a gerar empregos e assim possa reduzir as carências sociais que atingem amplos segmentos da população.
Mais do que nunca, o momento exige do Legislativo, do Executivo e do Judiciário aproximação e cooperação. Que cada um atue com responsabilidade nos limites de sua competência, obedecidos os preceitos estabelecidos em nossa Carta Magna. Este é o anseio da Nação brasileira”.
"Bolsonaro tem insistido em que não procura o golpe porque “ja é presidente”. Errado: quer o golpe porque já é quase um ex-presidente."
Todas as fichas no Sete. Para perder
Delfim Netto, economista leninista-maoista-chavista-marxista:
via Blog do Noblat
Frase do dia
“É desanimador! Uma coisa inconcebível! Estamos em um Estado caótico. Sem direção, sem programa, sem projeto, uma estupidez geral”. (Delfim Netto, economista)
No livro “Psicologia de massas do fascismo”, escrito em 1933 pelo psicanalista austríaco Wilhelm Reich, tratando do fascismo na Alemanha, o autor diz que uma das coisas que Hitler evitava ao máximo, quando falava para um grande público, era a argumentação objetiva. Ele manejava muito bem as emoções da classe média alemã quando apontava apenas para o “grandioso objetivo final”, sem maiores detalhes e muito menos sem qualquer argumentação factível com a realidade.
Daí uma das conclusões de Reich: “Um führer ou o representante da sua ideia só pode ter êxito quando a sua visão individual, a sua ideologia ou o seu programa encontram eco na estrutura média de uma ampla camada de indivíduos”. Em outras palavras: quando se tem um grupo de pessoas que já nutre ideias fascistas e encontra quem as verbalizam, a coisa acontece.
Por esses e outros motivos que o texto de Wilhelm Reich ajuda a entender muito bem o que acontece no Brasil de hoje. Um grupo que não está nenhum pouco interessado em argumentação objetiva, mas tão somente em ter suas emoções manipuladas, onde o ideal de um Estado fascista seja possível a partir de um “grandioso objetivo final” que ninguém sabe ao certo o que é.
"O ato de ouvir exige humildade de quem ouve. E a humildade está nisso: saber, não com a cabeça mas com o coração, que é possível que o outro veja mundos que nós não vemos. Mas isso, admitir que o outro vê coisas que nós não vemos, implica reconhecer que somos meio cegos… Vemos pouco, vemos torto, vemos errado." - Rubem Alves
Parabéns a todos e todas PARATLETAS do Brasil!
C H A R G E
Via Moisés Mendes
Juro que li agora, porque me mandaram e eu sou curioso, o texto em que Merval Pereira analisa as coxas e até o que chama de “o pressentido bilau de Lula” na famosa foto com Janja ao luar.
Merval prestou atenção e analisou o bilau de Lula. E diz que a foto é uma “demonstração de virilidade senil”.
O texto confirma aquela história de que uma foto precisa de mil palavras para ser descrita.
Se tiver um bilau que incomode a direita, precisa de bem mais.
As senhoras da tradicional família brasileira, leitoras do Globo, devem ter se chocado com o êxtase de Merval diante da foto.
O nosso jornalismo sempre golpista e cada vez mais senil também nos diverte.
NÃO ASSASSINA: CAFETINA
Sabem para que Bolsonaro mudou o vocabulário do "golpismo" para o "democrata"?
Porque foi advertido por Lira, Pacheco, Ciro Nogueira etc que ficaria sozinho.
Pusilânime, ele recuou.
A família Bolsonaro não é assassina, é cafetina da democracia.
Não confundam as coisas.
Foto do dia!!!!!
Mulher e mercado de trabalho
"[…] Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- sei que não vou por aí!”
“Cântico Negro”, um belíssimo poema de José Régio, em três tons
"Ninguém pode queixar-se da preferência de Nossa Senhora pelo velho e pelos moleques. Quem já não é criança teve oportunidade de vê-la, de alguma forma, e se não souber aproveitar a chance, não fique triste por isso: ao envelhecer pode encontrar Nossa Senhora em algum morro fora da cidade, ou à beira de um córrego (...). Ela não costuma surgir na rua e lugares movimentados (...). Na solidão, no calado, olha aí Nossa Senhora aparecendo"
Carlos Drummond de Andrade - Moça deitada na grama
Blog: Sociologia & Análise
Kkkkkkkk
Uma triste marca para nosso Estado.
Em 1994 me aposentei, e os problemas de manutenção já existiam, imaginem 25 anos depois.
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