24 Agosto 2021
Novos rumores sobre a renúncia de Bergoglio, que estaria trabalhando sobre uma disciplina do cargo após a renúncia.
A reportagem é de Maria Antonietta Calabrò, publicada por Huffington Post, 23-08-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
"Stay tuned, fiquem ligados". Em 1º de agosto de 2021, o decano dos vaticanistas estadunidenses, John Allen, exortou seus leitores a manterem os ouvidos atentos para uma possível August surprise, o equivalente vaticano da October surprise que na política estadunidense ocorre um mês antes da votação para escolher o novo presidente dos Estados Unidos. Talvez seja esta a origem das suposições e rumores - como escreve hoje Antonio Socci no Libero - da iminente renúncia do Papa Francisco.
Mas o que acontece? Está se recriando um clima (hoje, porém, fortemente minoritário em comparação com o que aconteceu com Ratzinger, inclusive nos meios de comunicação) semelhante ao do último ano de pontificado de Bento XVI. Isso acontece no contexto de um grande escândalo financeiro, o do prédio de Londres que envolveu até a Secretaria de Estado do Vaticano (em 2012, "apenas" o IOR), com um processo recém aberto contra 10 réus, entre os quais o cardeal Angelo Becciu. Chegaram também ameaças de morte, como havia acontecido com Ratzinger (dois envios distintos de envelopes com balas dirigidas ao Pontífice, o primeiro interceptado em 9 de agosto), tudo temperado por especulações sobre o estado de saúde de Bergoglio, visto que foi submetido a uma operação de cólon em 4 de julho.
A "evidente saúde de ferro" do Pontífice, porém, decepcionou os que esperavam um câncer: a intervenção foi "decisiva", e não basta - para predizer um colapso físico próximo - especular sobre o fato dos boletins terem sido divulgados pela Sala de Imprensa do Vaticano e não da Policlínica Gemelli, onde a cirurgia foi realizada.
Claro, o Papa Francisco é um homem idoso, que completará 85 anos em dezembro, mas que também disse abertamente em uma entrevista que nunca deixará Roma ("fiquei na Argentina setenta e oito anos").
Na realidade, poderia ocorrer em breve uma mudança legislativa que, isso sim, preocupa muito os apoiadores do "Papa emérito". O Papa Francisco poderia em breve promulgar uma nova lei (na forma de uma Constituição Apostólica) para regular a renúncia do Papa, e especialmente o status sucessivo à renúncia de um Pontífice. Isso também para evitar toda uma série de interpretações enganosas sobre a existência de dois papas, sobre sua coabitação, sobre a tese de "um papado ampliado" e sobre outras questões que, embora não tenham tocado a grande maioria dos fiéis, têm alimentado os venenos subterrâneos dos chamados “Papa-vacantistas”, que chegaram a apresentar a hipótese de que o único verdadeiro Papa seja Ratzinger. Em suma, nem sequer está excluído, embora seria clamoroso, que para a nova lei não existisse nenhum Papa emérito.
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Francisco pode promulgar uma norma sobre o status de “Papa emérito” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU