Jesuítas irlandeses admitem fracasso em reconhecer o perigo de um padre abusador

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16 Agosto 2021

 

O superior dos jesuítas da Irlanda disse que a ordem deve assumir total responsabilidade pelos malfeitos do Pe. Joseph Marmion, pelo qual vários ex-estudantes disseram ter sido abusados sexual, física e psicologicamente nos anos 1970, quando ele lecionava no Belvedere College, em Dublin.

A reportagem é de Sarah Mac Donald, publicada em The Tablet, 12-08-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Em um relatório de 50 páginas, intitulado “Joseph Marmion: The Jesuit Response”, o Pe. Leonard Moloney SJ diz que, embora as ações de Marmion infligissem graves traumas em alunos individuais, isso foi “ampliado pelo fracasso dos jesuítas em reconhecer o perigo que ele representava para os alunos sob o nosso cuidado e em ministérios posteriores, ou em compreender e responder às suas necessidades como vítimas dele”. Ele disse que os jesuítas não perceberam os efeitos destrutivos do abuso perpetrado por ele.

O relatório foi compilado após um pedido de um ex-aluno que denunciou que o padre, falecido em 2000, era fisicamente violento e abusou sexualmente de estudantes antes da sua remoção da escola em 1978. A vítima solicitou que os jesuítas fizessem uma declaração pública nomeando o padre.

Mais de 40 pessoas que não haviam compartilhado anteriormente suas histórias sobre Marmion com o escritório de salvaguarda dos jesuítas o fizeram após uma declaração dos jesuítas em março deste ano.

O relatório, que não foi tornado público, destaca a falta de documentação sobre as preocupações levantadas nos anos 1970 sobre o comportamento do padre.

“A escassez de documentação reflete uma cultura que, por uma noção equivocada de respeito pela instituição e pelo perpetrador, e não pelas vítimas, lamentavelmente não registrou as preocupações expressadas sobre o comportamento dele. Isso se manifestou na ausência de registros sobre a sua remoção do Belvedere em 1978 e na decisão de não removê-lo imediatamente do colégio em setembro de 1977, quando as preocupações foram confirmadas sobre o seu comportamento durante uma viagem a Viena naquele verão.”

Os ex-alunos citados no relatório descreveram Marmion como um “monstro predador que sistematicamente abusava da confiança dos meninos” e contaram como ele atraía os alunos para outras partes isoladas da escola para abusar deles.

Eles pediram o estabelecimento de um esquema de reparação. Eles também querem que as ações de Marmion em Viena sejam mais investigadas, incluindo a acusação de que ele drogou alguns estudantes e os manteve em seu quarto enquanto eles estavam inconscientes. Marmion morreu em 2000 aos 75 anos.

 

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