13 Agosto 2021
"É muito estranho achar que as enchentes colossais na Europa é algo previsível pelo conhecimento passado; e ainda mais os incêndios da forma como estão acontecendo, como se fosse algo normal dos anos anteriores. Temos que ter muito cuidado com dados do passado, pois segundo consta, temos terremotos que estão desobedecendo a lógica e estão atrasados, como o previsto para Califórnia nos EUA", escreve Rogério Aparecido Machado, professor de Química e Meio Ambiente, em artigo publicado por EcoDebate, 12-08-2021.
Em recente relatório emitido pelo IPCC, o que era previsto está de fato acontecendo, causando apreensão total do futuro climático do planeta.
Na longínqua década de 1970, tivemos o primeiro encontro oficial da ONU para discutir algo que, para muitos, era um futuro de ficção científica. A poluição foi destacada e as previsões um tanto catastróficas, não agradaram a maioria dos políticos, que sendo leigos e dependendo do espectro político, tinham certeza de que políticas ambientais não iriam agradar o eleitorado.
Lamentavelmente, não era ficção científica, era a realidade de anos de poluição sem controle ao preço de ter desenvolvimento com intuito de bem-estar e, obviamente, ganho financeiro.
Nos anos 1990, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês), recém-criado pela ONU, já citava e enfatizava que as emissões gasosas nocivas deviam diminuir muito para que o clima mundial não sofresse alterações catastróficas. Isso parece que não foi tão percebido pela maioria dos países, pois este tipo de poluição só aumentou no planeta.
Agora em recente relatório emitido pelo IPCC, o que era previsto está de fato acontecendo, causando apreensão total do futuro climático do planeta.
Numa visão mais simplista da realidade, por que estamos nesta situação? Porque é mais barato manter o que se já tem, como motores a combustão e processos industriais produtivos poluentes, do que mudar radicalmente para outras forma de produção e locomoção.
Quem deveria ter interesse total nesta mudança? Os responsáveis – políticos – indicados para representar as pessoas que habitam o planeta.
Surgem então, como dúvidas, os seguintes pontos: estas pessoas estão interessadas em mudar; possuem conhecimento real da situação; e são assessoradas por pessoas que realmente conhecem a situação e tem poder de influenciar alguma decisão?
É muito estranho achar que as enchentes colossais na Europa é algo previsível pelo conhecimento passado; e ainda mais os incêndios da forma como estão acontecendo, como se fosse algo normal dos anos anteriores. Temos que ter muito cuidado com dados do passado, pois segundo consta, temos terremotos que estão desobedecendo a lógica e estão atrasados, como o previsto para Califórnia nos EUA.
O que nos leva a crer que não estamos numa ciência completamente exata e previsível. A Natureza vem nos avisando que precisamos aprender a lidar com o que fazemos, e mais, não podemos ser irresponsáveis a ponto de achar que tudo se resolve por si só, ou seja, a Natureza se ajeita com seu equilíbrio.
Apenas lembrando uma “lei” que é utilizada na física, química e até em outras áreas, como na religião: “A toda ação temos uma reação”. A Natureza está sofrendo uma ação e está reagindo, mas não deixando de avisar a todos.
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O IPCC apenas confirma o que a natureza já avisava - Instituto Humanitas Unisinos - IHU