“Não parece que o governo é sensível à morte”, diz Mandetta sobre Conmebol

Foto: Clauber Cleber Caetano | PR

Mais Lidos

  • A ideologia da Vergonha e o clero do Brasil. Artigo de William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • Juventude é atraída simbolicamente para a extrema-direita, afirma a cientista política

    Socialização política das juventudes é marcada mais por identidades e afetos do que por práticas deliberativas e cívicas. Entrevista especial com Patrícia Rocha

    LER MAIS
  • Que COP30 foi essa? Entre as mudanças climáticas e a gestão da barbárie. Artigo de Sérgio Barcellos e Gladson Fonseca

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

01 Junho 2021

 

Após a repercussão negativa do anúncio feito pela Conmebol de que o Brasil vai sediar a nova edição da Copa América, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta disse ao Congresso em Foco que o governo não parece não estar sensível ao número de mortos registrados no país. Nos próximos 20 dias nós devemos passar dos 500 mil mortos, meio milhão de mortos. Não me parece que o governo é sensível à morte. Já teve o primeiro mil, os primeiros 50 mil, os primeiros 100 mil, 300, 400… e morte não tem apelo, falou.

A reportagem é de Sandy Mendes, publicada por Congresso em Foco, 31-05-2021.

Pelas redes sociais, Conmebol, responsável pelo evento, comemorou na manhã desta segunda-feira (31), a decisão do presidente Jair Bolsonaro de abrir as portas do país para realização do torneio. Anteriormente o grupo havia procurado a Argentina e a Colômbia, mas ambos os países recusaram ser sede devido ao alto número de casos de Covid-19.

De acordo com o ex-ministro, que é médico, o Brasil deve atingir a marca de 500 mil mortos nos próximos 20 dias. Ele avalia, ainda, que não é hora de pensar em torneios.

"Nos próximos 20 dias nós devemos passar dos 500 mil mortos, meio milhão de mortos. É um total contrassenso. Os números de mortos estão subindo, a massa de vacinados está baixa. Não é momento para isso", apontou.

Mandetta também criticou o presidente Jair Bolsonaro: "Parece que o presidente está respondendo e-mail de futebol mais rápido que de vacina. Tá ligeiro com isso".

Em comunicado informando da nova sede do evento, a Conmebol agradeceu a Bolsonaro e à CBF por "abrir as portas" do país para o evento "mais seguro do mundo".

De acordo com o ex-ministro, a melhor decisão seria cancelar os jogos e esperar a vacinação ampla. Mandetta também classifica como impossível realizar o evento com a devida segurança. "Eu acho que o bom senso era cancelar. Deixa todo mundo vacinar. O mundo não vai acabar por isso. Ano passado adiaram os jogos olímpicos. Não tem porque manter uma copa américa. Não tem como fazer isso com segurança. Não é o momento", disse.

As críticas foram repetidas por Mandetta nas redes sociais, chamando o de "Cova América":

 

Leia mais