11 Março 2021
Petição internacional assinada por 34 bisp@s e três arcebispos anglican@s pede que a empresa canadense ReconAfrica suspenda imediatamente a perfuração de petróleo na Bacia de Kavango, na Namíbia, uma área ambientalmente sensível e protegida, que fornece água para o Delta do Okavango.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
A ReconAfrica comprou os direitos de perfuração de petróleo em mais de 35 mil quilômetros quadrados de Kavango. A bacia é um patrimônio mundial e sítio úmido de Ramsar, área de biodiversidade e uma das sete maravilhas naturais da África. A região abriga a maior população remanescente de elefantes africanos, 400 espécies de pássaros e é santuário para diversos animais.
Bacia de Kavango (Foto: Reprodução)
A exploração de petróleo em área protegida pela Comissão Permanente das Águas da Bacia do Rio Okavango “viola” os Direitos dos Povos Indígenas definidos pela Nações Unidas. “A água é um bem escasso e precioso na Namíbia, o país mais seco ao sul do Saara”, arrolam @s líderes anglican@s de vários países do mundo.
Lembram que a perfuração da Bacia do Kavango vai “fraturar sua estrutura geológica e destruir o sistema de água que sustenta” este santuário da vida selvagem. O texto menciona que o processo de participação pública sobre a exploração petrolífera no local menosprezou as preocupações levantadas por ativistas e denuncia a avaliação inadequada dos impactos ambientais na área.
O site da ReconAfrica anunciou que a geração de petróleo na bacia pode chegar a bilhões de barris, a maior fonte de petróleo da década. “Com o potencial de energia solar quase incomparável, extrair bilhões de barris de petróleo não faz sentido”, argumentam episcopais anglican@s.
O secretário-geral interino do Conselho Mundial de Igrejas, pastor Dr. Ioan Sauca, apoiou o protesto anglicano. “Não podemos sacrificar os direitos das comunidades indígenas e destruir o dom da criação de Deus para o petróleo. Se quisermos cumprir a meta internacional de reduzir as emissões pela metade até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2050, devemos acabar com nossa dependência de combustíveis fósseis e fazer a transição para sistemas de energia renovável agora”, disse.
O documento foi entregue pessoalmente pelo bispo Raphael Hess e a bispa Margaret Vertue ao cônsul geral da Namíbia na Cidade do Cabo, Sarafina Tshilunga.
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Anglican@s defendem santuário de animais na Namíbia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU