17 Dezembro 2020
O ultraconservador Gerhard Müller considerou que o papa Francisco se apressou ao parabenizar Biden e reprovou que não tenha falado sobre o aborto e sim tenha insistido em temas que o purpurado considera “secundários” como migrantes ou mudança climática.
A reportagem é publicada por Valores Religiosos, 15-12-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
O cardeal Gerhard Müller, ex-prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, considera que o papa Francisco está equivocado e tem, de fato, um erro enquanto às prioridades pastorais.
O purpurado alemão fez essas objeções em uma entrevista ao LifeSiteNews na qual falou sobre a chamada telefônica entre o pontífice e Joe Biden depois de ser eleito presidente dos Estados Unidos em novembro passado. Uma conversa na qual, segundo Müller, o Papa centrou-se em “coisas secundárias” para a Igreja, como é a chegada de migrantes ou a crise climática.
“Falar de Deus e de Jesus Cristo como salvador de todos e da vida eterna são os pontos principais da Igreja Católica”, destacou o cardeal que considera que estes são assuntos “mais importantes” que os que o Papa e Biden trataram na conversa, onde falaram sobre como “abordar a crise da mudança climática e dar acolhida e integração a imigrantes e refugiados em nossas comunidades”.
“Jesus não fundou a Igreja para falar de coisas que são de importância secundária, mas sim as de importância principal: que todos viveremos na graça e chegaremos à vida eterna”, afirmou o cardeal, matizando que esta é a única missão da Igreja Católica. “O Papa e os bispos têm esta missão por meio da ordenação sacramental: pregar o Evangelho de Jesus Cristo e mediar a graça nos sacramentos”, assegurou.
Ademais, depois de apontar que considera que Francisco se “precipitou” ao felicitar Biden já que ainda “ninguém sabe qual é o resultado oficial das eleições estadunidenses”, Müller apontou que, ao menos, esperava que falassem sobre um tema que para o cardeal “é muito importante”: o aborto.
“Tenho a esperança de que se falassem sobre o aborto, que é o assassinato de bebês inocentes, criaturas de Deus, filhos de Deus” já que “isso é muito importante, não somente a nível político, mas desde o ponto de vista da moral e dos fundamentos da nossa antropologia. Todo o mundo tem sua vida por Deus, e ninguém tem direito a matar outra pessoa”.
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Desafiante, um cardeal pretende classificar as prioridades da agenda do Papa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU