10 Agosto 2020
A “Pfarrer-Initiative” [Iniciativa dos Párocos] austríaca divulgou o seu posicionamento sobre a Instrução vaticana “A conversão pastoral da comunidade paroquial a serviço da missão evangelizadora da Igreja”.
A reportagem é de Religion.orf.at, 29-07-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
No documento de posicionamento enviado na última terça-feira, 4 de agosto, afirma-se que a Instrução oferece “apenas como menção uma análise da mudança de situação social e eclesial, para depois pedir regulamentações de direito canônico que, há 40 anos, no momento da sua promulgação, não estavam mais em sintonia com os tempos”.
Os pedidos gostariam de voltar “em parte para antes do Concílio Vaticano II. Com zelo missionário, adverte-se que os conselhos paroquiais têm apenas uma função consultiva, que os leigos estão proibidos de pregar nas celebrações eucarísticas, e que é proibida uma direção colegial da paróquia com padres e leigos. Se tivéssemos que dirigir as nossas comunidades paroquiais com o clericalismo monárquico que é solicitado, perderíamos precisamente aqueles cristãos e cristãs corresponsáveis que são o sal e a luz de uma comunidade paroquial voltada às pessoas”.
A Instrução da Congregação para o Clero determina uma situação na qual bispos e padres “são forçados à desobediência por necessidade pastoral. O documento, não levando em consideração a situação seriamente, é feito de tal forma a dividir bispos, padres e paróquias”, continua a declaração.
A grande ilusão da Instrução seria de pensar que “a Igreja pode se dirigir aos homens e às mulheres de hoje de forma missionária, sem pôr em prática na direção eclesial os valores basilares da sociedade moderna e do Evangelho, como a participação e a igual dignidade de todas as pessoas (cf. Gálatas 3,26: ‘Com efeito, vós todos sois filhos de Deus pela fé no Cristo Jesus’). Vemos também que, ao elevar desse modo o ministério sacerdotal, o próprio Deus, Jesus Cristo e a ação do Espírito são afastados do centro da vida eclesial”.
O Papa Francisco solicitou uma Igreja mais sinodal com estruturas descentralizadas. “Esta Instrução que vem do Vaticano também ofende os bispos austríacos e os conselhos diocesanos nos seus esforços de reagir de forma construtiva à falta de padres. Por isso, nossa esperança é de que eles encontrem estímulos e novas regulamentações regionais para levar adiante juntos, da melhor forma possível, o serviço dos batizados e o serviço (ministério) dos padres. Para isso, são necessários pedidos corajosos a Roma de um ministério renovado, aberto tanto a mulheres quanto a homens, a casados e celibatários”.
Com a Instrução que surpreendentemente foi publicada na segunda-feira da semana passada, o Vaticano impõe limites às reformas das paróquias. Segundo o documento, os leigos e leigas são excluídos da direção da paróquia. Pelo contrário, o papel do pároco é aumentado.
O documento se opõe expressamente às tentativas de confiar a direção das paróquias, por exemplo, a equipes de padres e leigos engajados na Igreja, assim como a outros colaboradores.
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“Pfarrer-Initiative” austríaca critica instrução vaticana sobre a paróquia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU