22 Mai 2020
“O maior teste de fé para as igrejas atualmente é contribuir para suspender a negatividade e a descrença, incutindo esperança”, frisou o bispo da Diocese de Vellore da Igreja do Sul da Índia, reverendo Sharma Nithyanandam, reportando-se ao papel das comunidades eclesiais em tempos de covid-19. “Durante essa situação de bloqueio, as portas de nossas igrejas podem estar fechadas, mas nosso coração não está fechado”, disse.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
O desafio de hoje, afirmou para o serviço de imprensa do Conselho Mundial de Igrejas, é “motivar a humanidade a não perder a esperança de sobrevivência e sustento, e lutar para tornar essa esperança em realidade para as pessoas, mesmo enquanto esperamos pela libertação de Deus”.
Vellore está localizada no estado indiano de Tamil Nadu, às margens do Rio Palar. A Diocese da Igreja do Sul é predominantemente rural, constituída por pequenos agricultores, pequenos comerciantes e migrantes.
“Até agora, informou Sharma, as igrejas na Índia enfrentavam ativamente os desafios da pobreza, desemprego, privações econômicas, desigualdade de gênero e destruição ecológica. Agora, como vemos a escalada sem precedentes do sofrimento e da desesperança dos mais pobres e vulneráveis entre nós, a adaptação à vida em meio ao covid-19 envolve infundir a esperança como um antídoto contra o desespero”.
É hora de as igrejas e comunidades ricas oferecerem socorro e ajuda num momento em que pessoas ficaram sem emprego e com fome. O religioso indiano propõe abrir cozinhas comunitárias, levar os doentes aos serviços de saúde para recuperação e oferecer apoio psicológico e emocional àquel@s que vivem com medo. Assim, “nos tornamos agentes de ação tangível, para que as pessoas a quem servimos possam, por meio de nossas ações, ‘provar e ver que nosso Senhor é bom’ (Salmo 34,8)”.
Líderes religiosos devem “sujar as mãos”, pois este é “o momento de sermos catalizadores da mudança e romper as barreiras da desigualdade que o covid-19 destacou, e assim chegaremos aos setores mais inferiores da nossa sociedade”, admoestou. É hora, prosseguiu, de orar para que as divisões estreitas que a pandemia destacou desapareçam e para que todos se reúnam como uma família.
Sharma espera pela graça de Deus. “No momento em que fica claro que os poderes não têm resposta para o coronavírus, que a ciência e a medicina não têm resposta para o coronavírus, é hora de recuar e descansar na graça tranquilizadora de Deus”, assinalou. Para o líder diocesano, “só podemos nos adaptar à vida de maneira significativa emergindo de um modo passivo de participação na vida do mundo para um modo ativo de participação”.
E proclamou: “Somente através do poder de Cristo ressuscitado que podemos alcançar as pessoas para espalhar as boas novas que, juntos, a humanidade superará a pandemia”.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
É hora de “sujar as mãos”, conclama líder eclesial indiano - Instituto Humanitas Unisinos - IHU