30 Abril 2020
A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou no dia 24 de abril um documento – baseado em dados científicos – alertando que ainda não foi comprovado que quem já tenha sido infectado esteja imune à doença. Para a OMS, os testes de laboratório que detectam os anticorpos para o novo coronavírus precisam de uma validação mais completa para determinar sua precisão e confiabilidade. Até 26 de abril, a OMS confirmou ter sido notificada de 2.774.135 casos e de 190.871 mortes devido à COVID-19.
A reportagem é publicada por ONU, 29-04-2020.
A agência continua examinando as respostas dos anticorpos em relação à infecção pelo novo coronavírus, como parte de sua orientação sobre o ajuste de medidas de saúde públicas e sociais para a próxima fase da resposta à COVID-19.
A OMS revela que embora a maioria dos estudos relevantes mostre que as pessoas que se recuperaram da infecção possuem anticorpos para o vírus, até agora “nenhum estudo avaliou se a presença de anticorpos contra a Sars-CoV-2 confere imunidade à infecção subsequente por esse vírus em humanos”.
A OMS aponta que alguns governos defendem que a detecção de anticorpos para o novo coronavírus poderia servir de base para se criar um ‘passaporte de imunidade’ ou ‘certificado livre de risco’. Esse documento permitiria a viagem ou o retorno de indivíduos para o trabalho, assumindo que estas pessoas estariam protegidas de uma nova infecção.
“Nesse momento da pandemia, não há evidências suficientes sobre a eficácia da imunidade mediada por anticorpos para garantir a precisão de um ‘passaporte de imunidade’ ou ‘certificado sem risco’”, alertou a OMS.
A advertência da OMS é de que o uso de tais certificados pode aumentar os riscos de transmissão continuada.
A agência explicou que existe a possibilidade de a maioria das pessoas infectadas com a COVID-19 desenvolva uma resposta de anticorpos que forneça algum nível de proteção. O que falta saber é o nível de proteção e/ou quanto tempo essa proteção vai durar.
A OMS trabalha com cientistas de todo o mundo para entender melhor a resposta do corpo à infecção pelo novo coronavírus.
No dia 24 de abril, ocorreu o lançamento virtual do “Acelerador de Acesso a Ferramentas da COVID-19” que contou com a participação de representantes de todos os cantos do planeta, potencializando o engajamento e suporte para a produção de diagnósticos, terapias e vacinas que podem salvar vidas contra esse inimigo sem prescedente.
Para o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus “o mundo precisa dessas ferramentas e precisa delas rapidamente”.
A OMS desenvolveu diagnósticos que estão sendo usados por vários países e atualmente está coordenando o ensaio clínico ‘Solidariedade’, que vai comparar a segurança e a eficácia de quatro medicamentos ou combinações diferentes.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que um mundo livre da COVID-19 exige o maior esforço de saúde pública da história global. “Os dados devem ser compartilhados, a capacidade de produção preparada, os recursos mobilizados, as comunidades envolvidas e a política reservada. Eu sei que nós podemos fazer isso. Eu sei que podemos colocar as pessoas em primeiro lugar”, explicou o secretário-geral.
Guterres sublinhou que, em um mundo interconectado, ninguém está livre do novo coronavírus. “A COVID-19 não respeita fronteiras, em qualquer lugar é uma ameaça para as pessoas em todos os lugares”, concluiu.
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OMS alerta que não há comprovação de que recuperados da COVID-19 estejam imunes ao vírus - Instituto Humanitas Unisinos - IHU