Brasil defende diante de diplomatas europeus plano de mineração em terras indígenas

Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia, e Jair Bolsonaro. Foto: Rodrigo Pozzebom | Agência Brasil

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16 Janeiro 2020

O Brasil defendeu seus planos para desenvolver a mineração em territórios indígenas diante de diplomatas da Europa depois que o presidente Jair Bolsonaro foi muito criticado por favorecer as atividades extrativistas na Amazônia, lar de parte das comunidades ancestrais, informou o governo na sexta-feira, 10-01-2020.

A reportagem é publicada por Infobae, 10-01-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, reuniu-se esta semana com mais de dezena de representantes europeus em Brasília para explicar a política de mineração do governo e sua “importância para a economia e o desenvolvimento do país”, indicou a pasta em um texto publicado em suas redes.

O ministro, que prevê apresentar dentro de pouco ao Congresso um projeto para legalizar a mineração em terras indígenas, enfatizou a relevância que tem para o governo o “desenvolvimento sustentável em áreas indígenas, tanto como sua ênfase no setor minerador”.

“Neste tema há muita desinformação e é importante que a comunidade internacional escute o que o governo tem para dizer”, disse o secretário especializado na área Alexandre Vidigal, que participou da reunião.

A abertura econômica das reservas indígenas foi uma promessa de campanha de Bolsonaro que, segundo representantes dos povos originários e de ONGs, explicam o aumento da violência e da pressão de mineradores e madeireiros sobre essas zonas.

Albuquerque detalhou as “riquezas existentes em boa parte dos territórios indígenas” e, em uma tentativa de emplacar as críticas ao governo, recordou que a Constituição permite a exploração desses recursos com prévia consulta às comunidades e autorização do Congresso.

O ministro assegurou que “líderes” de muitas das 600 comunidades indígenas no Brasil “demandam ações” ao governo e ao legislativo “para permitir a exploração das riquezas existentes em suas zonas, com a finalidade de garantir seu desenvolvimento sustentável com sua participação nos resultados”.

No entanto, destacados dirigentes brasileiros como o cacique Raoni Metuktire, candidato ao prêmio Nobel da Paz, realizam constantes giros na Europa para defender seus territórios do desmatamento e os planos do governo ultradireitista.

Bolsonaro vê as campanhas internacionais de preservação da Amazônia como uma ameaça à soberania nacional e as atribui às intenções de outros países de se empoderar tarde ou cedo dessas riquezas.

Entre os governos europeus mais críticos a Bolsonaro figura o francês.

“Mostramos, nesta ocasião, que queremos sim fazer mineradora em Brasil. No entanto, não a qualquer preço, mas sim de forma sustentável e com responsabilidade”, afirmou Vidigal, citado no comunicado.

Na reunião participaram diplomatas de 13 países europeus, entre eles FrançaAlemanha e representante da União Europeia.

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