Superior dos jesuítas viaja à Índia para promover novos objetivos apostólicos

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08 Março 2019

Precisamos urgentemente nos reconciliar com Deus, com os nossos semelhantes e com a natureza, de acordo com o chefe da ordem dos jesuítas, que atualmente está em visita pastoral à Índia.

A reportagem é de Nirmala Carvalho, publicada por Crux, 07-03-2019. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O Pe. Arturo Sosa, superior-geral da Companhia de Jesus, falou durante uma missa da Quarta-Feira de Cinzas no Seminário Jnana-Deepa Vidyapeeth, em Pune.

O líder jesuíta visitou várias partes do país, incluindo o centro histórico católico em Goa e Mumbai, anteriormente Bombaim.

Sosa estava promovendo as quatro novas Preferências Apostólicas Universais da Companhia de Jesus para os próximos 10 anos, que foram anunciadas em fevereiro, após um período de dois anos de discernimento.

Uma “Preferência Apostólica” é uma “prioridade para o discernimento”, assumida ao ler os sinais dos tempos.

As Preferências são:

  1. Mostrar o caminho para Deus através dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola e do discernimento;
  2. Caminhar com os pobres, os descartados do mundo, os vulneráveis em sua dignidade em uma missão de reconciliação e justiça;
  3. Acompanhar os jovens na criação de um futuro promissor;
  4. Colaborar no cuidado da Casa Comum.

“Que essas quatro Preferências nos motivem a trabalhar sinceramente para promover a pessoa humana, criada por Deus. Há um terreno comum para criar ativamente um futuro melhor. Precisamos trabalhar juntos – vocês e nós – rumo à criação de uma humanidade melhor e de um futuro melhor para todos”, disse Sosa ao visitar Goa, em 28 de fevereiro.

Ele sugeriu que as Preferências Apostólicas Universais podem ser vistas como áreas de colaboração entre os jesuítas e as pessoas de boa vontade de todas as fés religiosas.

“Queremos mostrar às pessoas o caminho para Deus através da oração e do discernimento; queremos ajudar a todas as pessoas a encontrar união com Deus”, disse Sosa. “Eu quero que os jesuítas de Goa e seus parceiros na missão trabalhem juntos em uma obra comum, isto é, caminhar com os pobres.”

O líder jesuíta disse que devemos viver vidas coerentes, que sejam “profundamente espirituais e abertas para que as nossas vidas possam inspirar os jovens”, acrescentando que “precisamos modificar os nossos estilos de vida para que possamos salvar esta terra, este planeta, para aqueles que virão depois de nós”.

Goa, colônia portuguesa até 1961, é um dos Estados mais cristãos da Índia, com mais de 25% da população. A média nacional é de 2,3%.

Embora Sosa tenha visitado a Índia anteriormente, esta foi a sua primeira visita a Goa.

Sosa sendo recebido no Instituto Pedro Arrupe, em Goa (Foto: Jesuits Global)

“A visita do nosso Padre Geral está sendo vista como um tempo de graça para nós. Nossas esperanças são de que ele continue a nos inspirar e a nos desafiar a fazer o melhor possível pelas pessoas a quem somos chamados a servir”, disse o Pe. Roland Coelho, da província jesuíta de Goa, ao jornal The Navhind Times.

“Talvez ele vai nos sacudir em relação a uma tendência à complacência e à mediocridade”, acrescentou Coelho.

Ao visitar a Diocese de Vasai – na região metropolitana da grande Mumbai – nos dias 3 e 4 de março, Sosa encontrou-se com o arcebispo Felix Machado.

“Eu comecei com esses quatro pontos, e o geral ficou felizmente surpreso ao saber que eu estava bem atualizado com o programa deles”, disse o arcebispo ao Crux.

“O primeiro ponto sobre o discernimento parece muito importante. Eu dei o exemplo do nosso Santo Padre que, como jesuíta, não faz discursos sobre a espiritualidade inaciana, mas sugere concretamente a profundidade da espiritualidade inaciana e nos convence a aprofundar a nossa fé”, disse Machado, acrescentando que a fé deve “traduzir-se em ação”.

Voltando-se às outras Preferências Apostólicas Universais, Machado disse que elas são comuns a todos os cristãos e brotam do batismo.

“O Padre Geral ficou feliz em saber o meu desejo. Eu queria que os jesuítas em Vasai ensinassem – não por meio de discursos, mas com exemplos concretos – como a fé da Igreja pode ser aprofundada com a ajuda do discernimento, como ensinado por Santo Inácio”, continuou o arcebispo.

Pe. Geral em Deshnur, na Índia (Foto: Jesuits Global)

“Eu venho pedindo aos religiosos e religiosas da diocese que sustentem firmemente a sua identidade religiosa e colaborem, ensinem, desafiem, persuadam o clero diocesano, e consequentemente os leigos, sobre a alegria do Evangelho. Por exemplo, os votos de obediência, castidade e pobreza – que também são identidades dos sacerdotes diocesanos e dos leigos – poderiam ser concretamente enriquecidos com a vida e a interação com os religiosos. Temos muitos jesuítas aqui, e eles podem dar o exemplo”, disse Machado.

A Conferência Jesuíta do Sul da Ásia conta com mais de 4.000 jesuítas, quase um quarto do total mundial.

 

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