28 Fevereiro 2019
Como é hoje o perfil do jovem ou da jovem que, nos Estados Unidos abraça a vida religiosa? Como nasceu a vocação e qual o terreno que a favoreceu?
A reportagem é de Antonio Dall'Osto, publicada por Settimana News, 26-02-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
A essas perguntas respondeu um estudo recente do Centro de Pesquisa CARA (Centro de Pesquisa Aplicada ao Apostolado) da Georgetown University de Washington, realizada por solicitação da Conferência episcopal entre as comunidades religiosas católicas do país.
A pesquisa levou em consideração as biografias de 70 religiosos e 96 religiosas que fizeram os votos perpétuos em 2018.
A primeira constatação é que, na América do Norte, como, aliás, em todo o mundo ocidental, há uma grave carência de novas vocações. 80% das comunidades e institutos que responderam à pesquisa não tiveram nenhuma profissão perpétua no ano passado. 13% tiveram apenas um e apenas 7% duas ou mais.
Um segundo fato é que os perfis daqueles que abraçaram definitivamente a vida religiosa se assemelham. A partir da pesquisa, resulta que a maior probabilidade de entrar na vida religiosa é encontrada entre aqueles que cresceram em uma família católica numerosa, com uma formação cristã com base em práticas tradicionais da piedade, e entre aqueles que tiveram um padre ou um acompanhante espiritual ou que frequentaram uma escola católica.
A importância da família mostrou ser um fator significativo: mais de dois terços dos entrevistados disseram ter os dois pais católicos; 45% declararam ter quatro ou mais irmãos e 34% cresceram em famílias de três ou quatro filhos.
Além disso, constatou-se que metade desses jovens religiosos frequentou uma escola primária católica. Quanto à formação, dois terços tinham diploma superior; o número de homens diplomados (79%) era superior ao das mulheres (65%). Além disso, três quartos vinham de uma experiência profissional.
O maior denominador comum relaciona-se com a prática da vida cristã: 91% dos que fizeram a profissão perpétua disseram ter frequentado regularmente, antes do ingresso, reuniões de oração, centradas na adoração eucarística. Também foram importantes a recitação do rosário, os exercícios espirituais e um padre ou acompanhante espiritual. Um papel igualmente decisivo foi desempenhado pelas conversas pessoais e o encontro com os modelos: 78% dos entrevistados disseram terem tido alguém que, com seu próprio exemplo, convenceu-os a entrar na vida religiosa.
Quanto à idade do ingresso: nestes últimos anos vem aumentando, mas a maioria dos entrevistados declarou que sentiu o desejo de se doar ao Senhor desde que eram mais jovens. Metade dos entrevistados afirmou ter pensado pela primeira vez na vida religiosa com a idade de dezoito anos e até mais cedo. A atraí-los foi a rede de relações amigáveis e familiares encontradas nas comunidades religiosas. Apenas 9% postergaram o ingresso devido a um fenômeno típico norte-americano, ou seja, o alto ônus financeiro dos créditos de formação universitária com o qual muitos jovens acadêmicos entram na vida profissional; mas que o obstáculo foi superado com a ajuda da família e de alguns amigos.
A investigação também registrou diferenças consideráveis em relação à idade dos novos grupos. O membro mais jovem vinculou-se por toda a vida aos 22 anos, a irmã mais idosa aos 75 anos. A idade média dos professos perpétuos, no entanto, ficou por volta dos 38 anos.
Um alto percentual de religiosos (88%) declarou ter participado, antes do ingresso, de um final de semana vocacional ou ter tido alguma experiência por algum período em comunidade.
Entre as propostas mais atraentes está o convite "come and see" (venha e veja), que muitas comunidades religiosas dirigiram aos jovens para apresentar a casa e a vida religiosa e esclarecer sobre a própria vocação. A importância da experiência de encontro pessoal com alguns religiosos também foi destacada como um fator determinante para o conhecimento de si mesmo.
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EUA: as novas vocações para a vida religiosa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU