10 Janeiro 2019
Uma celebração de Natal fora do comum aconteceu na Epifania, no domingo, 6 de janeiro, na Catedral de Santo Estêvão, em Viena, quando o cardeal Christoph Schönborn celebrou o Natal ortodoxo com refugiados cristãos ortodoxos do Irã que ficaram presos em Viena desde 2016, quando os Estados Unidos reforçaram suas leis de imigração.
A reportagem é publicada por The Tablet, 07-01-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Em seu sermão na missa festiva, o cardeal lembrou que muitos membros do grupo de 108 refugiados de minorias religiosas perseguidas no Irã, que ficaram presos em Viena nos últimos dois anos, eram cristãos ortodoxos que celebram o Natal no dia 6 de janeiro. Então, ele os convidou para celebrar o Natal ortodoxo com ele na catedral. Graças ao governo austríaco, eles receberam o status de solicitantes de asilo e esperam receber asilo na Áustria, relembrou.
Depois da missa, Schönborn convidou todas as crianças para se unirem a ele em uma festa especial infantil da Epifania na sacristia, onde receberam presentes de Natal.
Os refugiados do Irã chegaram a Viena em 2016 por meio da Emenda Lautenberg para as minorias religiosas perseguidas em 2016. Eles incluem cristãos, mandeus e zoroastrianos. Como o Irã não tem relações diplomáticas diretas com os Estados Unidos, a Áustria tradicionalmente tem servido de destino de trânsito para eles.
Muitos dos refugiados presos são idosos e/ou têm necessidades especiais. A arquidiocese está ajudando a apoiá-los financeiramente, já que, embora o governo austríaco pague pelo seguro de saúde e garanta a eles uma pequena renda mensal, eles não são 'legalmente aptos' para as acomodações de refugiados e assim têm que alugar apartamentos particulares.
Na semana passada, entrevistado pela rádio estatal austríaca no dia 4 de janeiro, Schönborn disse preferir o conceito clássico de casamento e ser contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O casamento entre pessoas do mesmo sexo tornou-se legal na Áustria no dia 1º de janeiro.
“Eu pessoalmente permaneço com minha convicção de que o casamento é um relacionamento duradouro entre um homem e uma mulher que está aberto para uma nova vida. A sucessão de gerações é o mais importante. Não há gerações sem pais, sem família e sem casamento”, disse.
O fato de casais homossexuais quererem se casar poderia ser interpretado ao mesmo tempo como um sinal positivo, assinalou Schönborn. Tendo em vista o fato de tantos casais nestes tempos viverem juntos sem se casar, é surpreendente que “os casais de pessoas do mesmo sexo queiram que a sua relação seja chamada de casamento a todo o custo. Eu diria que, mesmo desaprovando a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, é, de alguma forma, um forte sinal de que o casamento, no fim das contas, é algo precioso”.
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Cardeal Schönborn celebra o Natal ortodoxo com refugiados cristãos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU