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'Empoderamento é um instrumento de luta social'

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25 Mai 2018

A arquiteta e assistente parlamentar Joice Berth viveu a infância toda em conflito. Na escola privada, onde estudou até a sétima série do ensino fundamental, enfrentava um mundo solitário. Só tinha uma amiga, negra como ela - todo os outros alunos do colégio eram brancos. E se a menina faltasse, era certeza que passaria o intervalo sozinha.

Na pública também levou tempo para se encaixar. Nerd, fugia dos bailes e era chamada de “nega boy”. “Mas isso era algo que vinha dos brancos. Eles achavam que eu tinha de corresponder ao estereótipo racial do negro mais maloqueiro”, conta.

A entrevista é de Carol Castro, publicada por CartaCapital, 25-05-2018.

Só foi perceber na adolescência que essas situações eram fruto de racismo. Quando tinha uns 15 anos, começou a escutar rap e se identificou com as letras. Começou ali a traçar o começou de sua trajetória pessoal de empoderamento - de se perceber como negra, com todas as características físicas, as histórias de seu povo. E a entender todas as restrições e preconceitos que a cor da pele dela e o gênero traziam.

Nem o movimento feminista universal a entendia. Cercada por textos de pensadoras brancas, sentia falta de quem entendesse seus dilemas e conflitos como mulher negra. “As mulheres brancas feministas eram um grupo quase homogêneo. Falharam, por muito tempo, em se importar com várias questões de gênero”, explica.

'Acho que vamos passar por uma nova fase no Brasil. De questionar e pleitear lugares que nos foram historicamente negados' (Foto: Divulgação)

Só se encontrou mesmo no movimento feminista negro. “O maior legado das mulheres negras no feminismo é a interseccionalidade - elas trouxeram essas várias divisões da categoria mulher para o movimento”, defende.

Aquela semente do empoderamento, que brotou aos 15 anos, cresceu tanto que Joice começou a publicar textos sobre questões feministas. Até porque, segundo ela, não faz sentido se empoderar apenas individualmente. “Empoderamento não é algo que pode ser dissociado do coletivo. É simbiótico - o empoderamento precisa ser individual e coletivo”, afirma. Se não for assim, a gente só troca de papel - e passa a ser o opressor tão criticado.

Formada em arquitetura e assistente parlamentar de Eduardo Suplicy, vereador de São Paulo pelo PT, acaba de lançar o livro “O que é empoderamento?”, da editora Letramento. A publicação é parte da coletânea Feminismos Plurais, coordenada pela filósofa Djamila Ribeiro. “Nós tínhamos tinha essa angústia: produzíamos um pensamento que se evapora rápido por conta da particularidade da internet. Aí a Djamila teve essa ideia de fazer a coletânea”, diz.

Eis a entrevista.

Vamos ao ponto principal do livro: em resumo, o que é empoderamento?

Bem genericamente, empoderamento é um instrumento de luta social que nasce com uma conscientização profunda de quem somos, sobre como os problemas da sociedade influenciam nossa vida, e até que ponto absorvemos esses problemas. É um questionamento das relações do mundo onde a gente vive e não pode haver uma dissociação entre o empoderamento coletivo e individual. É uma relação simbiótica.

Você discute muito o significado em si da palavra empoderamento no livro, sobre repensar as relações de poder. Qual a importância dessa discussão?

Se empoderar é dar poder, a gente precisa discutir o que entendemos como poder e até que ponto isso construiu as relações desiguais da sociedade. Para isso, uso dois pensadores: Michel Foucault e Hannah Arendt.

Foucault discute as relações de poder, como algo que atravessa as estruturas sociais, e Hannah Arendt fala do poder a partir da ação coletiva - algo que nasce da junção das pessoas, da coletividade. Ou seja, é delegado apenas para algumas pessoas. E essas pessoas não podem agir como donas do poder e sim como administradoras do poder da massa.

É importante refletir sobre isso. Caso contrário, a gente parte para o caminho da inversão de valores: agora eu mando; entro na mesma estrutura de poder e assumo o lugar que eu criticava antes.

Então, precisamos reconstruir o poder, reconstruir nossos comportamentos, o que fazer para não haver concentração de privilégios, para respeitarmos as diferenças. Há uma série de atitudes para reverter os padrões de poder.

Tipo quais?

O movimento negro deu um passo a frente nisso. Os movimentos sociais em geral dão um grande passo nesse sentido. O negócio é que eu não posso querer empoderar ninguém. Eu posso estimular. Caso contrário reproduzo uma atitude paternalista colonizadora. É difícil não cair nesse erro. É um desafio.

Mas o movimento negro é importante nesse papel de reverter padrões de poder. Se você mexe na base, que é onde estão as mulheres negras, você mexe com a sociedade toda.

O que são as falácias de empoderamento?

Tudo agora é empoderamento. “Conheça o mundo todo e seja uma pessoa empoderada”. Ou tal xampu vai te deixar empoderada. É usada onde não tem nada a ver com a função da palavra, esvazia a discussão.

É um pouco proposital esse esvaziamento. A sociedade capitalista sobrevive às custas da nossa ignorância. E as elites têm suas técnicas para se manter no topo da onda, com a ajuda do marketing, da mídia. É algo intrínseco ao capitalismo. Ninguém é explorado em sã consciência - é explorado por não saber que é explorado.

O que fortaleceu a luta do movimento feminista universal e negro nos últimos anos?

A gente teve muitos ganhos, mas os problemas são tão grandes que os ganhos parecem pequenos. E esse avanços não vão retroceder, apesar do levante conservador. Existe um interesse e conscientização maior dos brancos por pautas raciais, mais grupos masculinos interessados pelas pautas feministas. Os grupos nunca pararam de lutar, mas antes não tinha reverberação pelas redes sociais. Eu me comunico com feministas do país todo, de outros países, tem feedback do pessoal Angola. Ou do Paraguai.

A Primavera Feminista [em 2015] colocou muita gente a par das questões das mulheres e quebrou alguns estereótipos. A gente ainda estava muito atrasada em achar que mulher feminista é mal amada, que não se depila. E aquele momento quebrou isso. Meninas começaram a se assumir como feministas.

Mesmo pessoas com posicionamento político mais de direita conseguem perceber que as desigualdades vem da relação de poder. A internet encurtou a distância e fez a informação chegar onde antes não chegaria.

As redes sociais trouxeram mais visibilidade, mas também trouxeram haters. Como você lida com eles?

Como diz Patricia Hills Colllins, quando você mexe no vespeiro, as vespas saem. É sinal de que você está mesmo confrontando, e isso faz parte do processo para chegar a um momento de ruptura, de remodelamento da sociedade.

Se não tem hater, é por que não estou chacoalhando ninguém. Então eu me sinto feliz, sinal que não estou falando coisas palatáveis. Não adianta tentar usar sofrimento para sensibilizar o opressor. Se isso fosse possível, não existiria opressão, a empatia sempre falaria mais alto. Então não pode ser um discurso bonitinho mesmo. Tem que incomodar. É uma luta.

Empoderamento também vem com maior participação das mulheres na política. Acredita que há maior interesse das mulheres em tomar as decisões no congresso e nas câmaras?

As mulheres perceberam que não há representatividade na política. Eu sou otimista, mas também sou muito crítica e um pouco comedida. Acho que vamos passar por uma nova fase no Brasil. De questionar, pleitear lugares que nos foram historicamente negados.

E isso vai trazer acirramento de algumas discussões, como direito reprodutivo. Mas precisamos ver até que ponto essas mulheres com posicionamento feministas realmente estão comprometidas com essas causas.

Eu costumo falar algo bem polêmico: prefiro votar em um homem que vai negociar as pautas vitais para meu grupo, que são as mulheres negras, do que em uma candidata que me representa visualmente, mas que não defende as mesmas pautas que eu. É preciso escutar os candidatos e participar dos debates para saber quem são, quais suas ideias e em quem votar.

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