01 Mai 2018
O cardeal Kurt Koch cancelou a sua participação na celebração do apostolado de Fátima na diocese de Würzburg, Alemanha.
A reportagem é de Christa Pongratz-Lippitt, publicada por The Tablet, 30-04-2018. A tradução é de Victor D. Thiesen.
O presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, o cardeal Kurt Koch, cancelou a sua participação no dia 13 de maio na celebração do apostolado de Fátima na Retzbach, diocese de Würzburg. O motivo foi um padre recém ordenado que possui um passado anti-semita. Ele dará a bênção na Missa Solene que o cardeal Koch presidiria.
O novo padre de 30 anos de idade foi um dos três seminaristas em Würzburg que apareceram nas manchetes internacionais em 2013. Eles foram considerados culpados por celebrar rituais nazistas em salões de cerveja, e fazer piadas anti-semitas em reuniões com colegas. Os três foram expulsos do seminário. Uma comissão externa foi convocada pelos bispos Ludwig Schick de Bamberg e Friedhelm Hofmann de Würzburg, que compartilhavam a responsabilidade pelo seminário na época. A comissão julgou os seminaristas culpados por fazerem "piadas completamente inaceitáveis e insuportáveis sobre campos de concentração" e os expulsou. Ambos os bispos também consideraram que o comportamento era "absolutamente inaceitável".
O novo padre, cujo nome não foi divulgado até agora, em seguida, se inscreveu e foi aceito pelo seminário em Eichstätt. Ele foi ordenado diácono pelo bispo Gregor Maria Hanke em junho de 2017, e devidamente ordenado padre no início deste mês.
O presidente do Conselho Central de Judeus Alemães, Josef Schuster, criticou a decisão do bispo Hanke na mídia alemã. "O bom relacionamento e a cooperação entre a Igreja Católica e a comunidade judaica na Alemanha foram prejudicados por esta decisão", disse ele na Bavarian Radio na época. O bispo Hanke o defendeu dizendo que era um ato de misericórdia. O presidente da comissão externa, juiz aposentado Norbert Baumann, que tinha feito o julgamento em 2013, deplorou o fato de que a comissão não tenha sido consultada.
O novo padre foi devidamente ordenado este ano. Hanke disse que lhe deu uma segunda chance. "Reconciliar-se com o passado certamente exige justiça, mas a misericórdia também é chamada quando as pessoas mudam suas vidas", salientou. O padre teria feito psicoterapia e se arrependido de seu passado. Hanke recordou que a Igreja não "ordena santos, mas homens comuns".
Foi apenas através das mídias digitais que a diocese de Würzburg ouviu que o novo sacerdote estaria daria sua primeira bênção na missa que o cardeal Koch celebraria. O bispo auxiliar, Ulrich Boom, de Würzburg, imediatamente contatou o cardeal pois temia que se Koch aparecesse junto com o novo sacerdote iria prejudicar a relação da Igreja com o judaísmo. Em seguida, Koch respondeu que “devido às circunstâncias, eu não posso, infelizmente, participar nas celebrações de Fátima em Retzbach no dia 13 de maio."
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Cardeal Koch cancela participação em missa em que padre de passado anti-semita dará a bênção - Instituto Humanitas Unisinos - IHU