07 Março 2018
O Brasil vai ampliar a proteção de áreas marinhas com a criação de duas unidades de conservação federais nos estados de Pernambuco e Espírito Santo. De acordo com o ministro, atualmente, 1,5% das áreas marinhas são protegidas. Com a medida, o percentual será ampliado para 25%. “Internacionalmente se aconselha que os países tenham em torno de 15% de reservas na área marinha. Então, nós vamos dar um salto gigantesco”, ressaltou o ministro, em entrevista exclusiva aos veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
O presidente Michel Temer deve assinar, a partir da próxima semana, os decretos criando unidades de conservação federais em dois arquipélagos: Trindade e Martim Vaz, no Espírito Santo; e São Pedro e São Paulo, em Pernambuco.
A reportagem é de Marcelo Brandão e Heloisa Cristaldo, publicada por Agência Brasil, 05-03-2018.
“Vamos assinar o decreto durante o Fórum Mundial da Água e isso é uma sinalização excepcional, tem um ganho fantástico porque ninguém hoje desconhece a importância dos mares para o clima. O mar que gera mais de 50% de oxigênio que nós respiramos, o mar que absorve a maior parte dos gases do efeito estufa. Nós estamos vendo que os nossos estoques pesqueiros, não os brasileiros só, globais, estão afetados”, disse o ministro Sarney Filho.
Segundo Sarney Fillho, 80% das áreas no mundo onde há exploração de pescados enfrentam algum tipo de problema. “Então, é importante que nessas áreas, que são ilhas marítimas, a gente tenha uma área de proteção não só para as espécies endêmicas, mas também a vida marinha que tem ali naquelas ilhas como se fossem um posto de abastecimento”, afirmou.
O Fórum Mundial da Água será realizado entre 18 e 23 de março, em Brasília. A expectativa do ministro é que o evento reúna cerca de 45 mil pessoas. Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas vão guiar as discussões do fórum. Os ODS integram a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU que reúne 17 objetivos globais e mais de 160 metas a serem atingidas ao longo da próxima década em todo o planeta.
“Claramente, nós estamos vivendo hoje as consequências de mudanças climáticas e não dá para separar mudanças climáticas de crise hídrica e o Brasil teve a sorte e a competência de ter trazido esse Fórum para o país porque ele vai nos ajudar. Nós vamos ter diagnósticos de especialistas, vamos associar programas que já temos, a gente sabe a importância das árvores para a produção de água, tanto que lançamos agora [o programa] Plantadores de rio, para plantar mudas nas margens dos rios e também proteger as nascentes com árvore e o que for necessário para proteção das nascentes”, explicou Sarney Filho.
Para o ministro, a população jovem do país será um público importante do fórum. “Acho que vai despertar a preocupação da água, principalmente na juventude e isso vai ser muito importante para gente, vai fazer com que com as próximas gerações tenham mais cuidado que a nossa e não deixem acontecer o que tem acontecido ultimamente”, afirmou.
O 8º Fórum Mundial da Água é organizado a cada três anos pelo Conselho Mundial da Água juntamente com o país e a cidade anfitriã. As sete edições anteriores foram realizadas em Marrakesh (Marrocos, 1997), Haia (Holanda, 2000), Quioto (Japão, 2003), Cidade do México (México,2006), Istambul (Turquia, 2009), Marselha (França, 2012) e Gyeongju e Daegu (Coreia do Sul, 2015). Esta é a primeira vez que o evento ocorre no Hemisfério Sul.
No Brasil, o evento é organizado pelo Conselho Mundial da Água, pelo Ministério do Meio Ambiente, representado pela Agência Nacional de Águas (ANA), e pelo governo do Distrito Federal, representado pela Adasa. Mais informações sobre o fórum podem ser obtidas no site oficial do evento.
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Com novas unidades, 25% das áreas marinhas ficarão protegidas, diz Sarney Filho - Instituto Humanitas Unisinos - IHU