17 Novembro 2017
Por ocasião do Dia Mundial dos Pobres, em carta à Ordem dos Frades Menores, Frei Michael Perry pediu: "Considerem os projetos de assistência social desenvolvidos em tantos lugares onde a Ordem está presente, antes de tudo, como oportunidade para discernimento, capazes de permitir aos nossos irmãos privilegiados, não simplesmente serem destinatários da nossa assistência, mas sobretudo protagonistas da própria vida".
A carta é publicada por Franciscanos, 16-11-2017.
Eis a carta.
Caríssimos irmãos,
O Senhor lhes dê a sua paz!
No próximo domingo, 19 de novembro, em preparação à celebração da solenidade de Cristo Rei, o Papa Francisco quis instituir o “1º Dia Mundial dos Pobres” como fruto do Ano da Misericórdia vivido em 2016. Esta será uma ocasião para reconhecer que “vivemos sempre e de novo o contraste entre as palavras vazias que enchem as nossas vidas e os fatos concretos que devemos enfrentar”.
Como franciscanos somos chamados a seguir a práxis do nosso Irmão Francisco de Assis expressa nesta afirmação: “Como eu estivesse em pecados, parecia-me sobremaneira amargo ver leprosos. E o próprio Senhor me conduziu entre eles, e fiz misericórdia” (Test 1-2), de modo que tal celebração dê origem a um verdadeiro encontro com os pobres do nosso tempo, transformando esta partilha em um estilo de vida cotidiano nas nossas fraternidades locais.
A nossa tradição evangélica franciscana mostra que o estar com e em meio aos pobres tem um sólido fundamento teológico, e reflete nossa relação com Deus. Tais palavras do discípulo amado, portanto, são sempre atuais: “Não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade” (1 Jo 3, 18) se atualizam e adquirem sentido no nosso modo de viver o carisma.
Com esta carta quero motivá-los e encorajá-los a viver e celebrar este Dia Mundial proposto pelo Papa Francisco nas suas fraternidades e nos mais diversos serviços pastorais e sociais que os frades desenvolvem em toda a Ordem.
Além dessas propostas concretas sugeridas pelo Papa Francisco, gostaria de pedir-lhes, caríssimos irmãos, que considerem os projetos de assistência social desenvolvidos em tantos lugares onde a Ordem está presente, antes de tudo, como oportunidade para discernimento, capazes de permitir aos nossos irmãos privilegiados, não simplesmente serem destinatários da nossa assistência, mas sobretudo protagonistas da própria vida. Assim, com nosso compromisso, somos chamados a colaborar a fim de que estes nossos irmãos consigam forjar para si um futuro digno, deixando a marginalização causada pela pobreza que os aprisiona num sistema injusto, que promove a cultura do descarte e do desperdício, esquecendo a pessoa humana.
Retomo em modo de pergunta a cada de um de nós o título do subsídio “pobres e menores, onde estamos?”, para “pedir a todos que animem e avaliem regularmente quão honesta, concreta e autenticamente vivemos como pobres e menores em meio aos pobres, para assegurar que todas as entidades e fraternidades locais se tornem comunidades de presença e solidariedade com e no serviço aos pobres “(Cf. Capítulo Geral 2015, Decisões, n.° 8).
Concluindo, desejo-lhes que possam traduzir na prática a eclesiologia proposta pelo Papa Francisco de uma Igreja missionária e em saída para as periferias, agente eficaz da nova evangelização e sujeito ativo que procura responder aos problemas atuais.
Que o Espírito Santo continue a guiar nossa Ordem pelos caminhos da justiça, paz e bem comum.
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Geral dos franciscanos pede verdadeiro encontro com os pobres - Instituto Humanitas Unisinos - IHU