Bergoglio também se reconhece na "profecia" de Fátima

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16 Mai 2017

Fátima descontrola os papas: assim como Wojtyla, eis que agora Bergoglio também se reconhece no “bispo vestido de branco” do “terceiro segredo”, isto é, objeto de perseguição mortal. Essa identificação foi afirmada na sexta-feira, na oração na Capelinha das Aparições, quando ele disse que foi àquele “lugar” para rezar “como bispo vestido de branco” em nome de todos os perseguidos.

A reportagem é de Luigi Accattoli, publicada no jornal Corriere della Sera, 14-05-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

No avião, nesse domingo, ele redimensionou essa expressão, dizendo que a oração não era sua autoria: o fato é que, se ele não a escreveu, ele a assumiu como sua. No famoso “segredo”, divulgado no ano 2000, fala-se de um “bispo vestido de branco que cai morto por um grupo de soldados que disparam vários tiros de arma de fogo e flechas”.

João Paulo II, depois do atentado de 1981, reconheceu-se naquela figura, e parece que agora Francisco também quer assumir o seu lugar na dramática profecia. Além disso, deve-se dizer que ele é o primeiro papa que, na era moderna, veste-se apenas de branco, tendo renunciado às vestes vermelhas dos outros papas.

Como se não bastasse essa irrupção na profecia, ainda na sexta-feira, Francisco polemizou com imagens que ele considera erradas da piedade em relação a Maria, particularmente aquelas que “veem-na segurando firme o braço justiceiro de Deus pronto para punir”, como se pudesse existir “uma Maria melhor do que Cristo, visto como Juiz impiedoso; mais misericordiosa do que o Cordeiro imolado por nós”.

A referência é a uma certa “piedade mariana” inspirada – se diria – no Juízo Final de Michelangelo, com o Cristo de braço julgador e Maria suplicante. Entre os exemplos mais conhecidos dessa “piedade” desaprovada por Francisco, estão as narrativas das aparições de La Salette (1846: “Sou forçada a deixar livre o braço do meu Filho”) e a “Súplica à Virgem de Pompeia” (1883: “Ó Mãe, segurai o braço da justiça do vosso Filho indignado”).

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