25 Abril 2017
As centrais sindicais apostam em uma paralisação "contundente" na próxima sexta-feira (28) contra as reformas trabalhista e da Previdência, a terceirização e "por nenhum direito a menos". As entidades avaliam também que o governo Temer enfrenta dificuldades para levar sua agenda adiante, enfraquecido e com baixa popularidade. Em reunião realizada na tarde de hoje (24), na sede da Força Sindical, em São Paulo, dirigentes das centrais falaram, inclusive, na possibilidade de nova manifestação nacional, na sequência da tramitação das reformas.
A informação é publicada por Rede Brasil Atual – RBA, 24-04-2017.
"Queremos mostrar nossa indignação com o desmonte que esse governo está fazendo", afirmou o presidente da UGT, Ricardo Patah. Segundo ele, categorias como motoristas de ônibus urbanos, caminhoneiros, motoboys e trabalhadores na limpeza urbana – de sindicatos filiados à central – vão aderir à greve na sexta-feira, o que deve garantir ainda força ao movimento, inclusive em relação aos protestos realizados em março "Vai ser com certeza muito mais amplo."
Para Patah, as centrais tiveram certo "afastamento" após o período de impeachment, por diferença de posições em relação ao processo, mas se rearticularam e estão unidas contra o "momento caótico" que o país vive. "Essas questões já estão superadas", afirmou o dirigente, para quem o governo comete um "crime de lesa-pátria contra os direitos dos trabalhadores".
O secretário-geral da CSB, Álvaro Egea, avalia que a greve geral de sexta-feira poderá "criar outro patamar" em relação à possibilidade de barrar as reformas. "O governo está absolutamente intransigente, mas acredito que isso (paralisação) vai criar impacto. A avaliação que foi feita (na reunião) é que a reforma trabalhista é devastadora, refunda todos os parâmetros do Direito do Trabalho que vem sendo construídos desde o século 19. É uma reforma a favor da empresa e contra o trabalhador. Enfraquece a Justiça de uma forma brutal. Devemos dar uma resposta muito contundente."
Para o sindicalista, o governo se aproveita de uma situação econômica de crise e de um momento de retrocesso político "para impor essa agenda tão sonhada pelos empresários há tantos anos". A proposta tem "ideologia privatista", acrescenta.
Hoje, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o substitutivo ao Projeto de Lei 6.787, de reforma trabalhista, deverá ser votado no plenário até quinta-feira. Se aprovado, seguirá para o Senado.
Trabalhadores em montadoras cujos sindicatos são ligados às centrais CUT, Força Sindical, CTB, CSP-Conlutas e Intersindical fazem nesta terça (25) um dia nacional de mobilização. O protesto é contra o projeto de reforma trabalhista e a lei de terceirização, sancionada em março por Michel Temer. No ABC paulista, haverá assembleias pela manhã. O movimento deve atingir o interior do estado e unidades em Minas Gerais, Paraná, Pernambuco e Santa Catarina.
"Ela (reforma) muda os paradigmas da negociação coletiva, incentiva o trabalho temporário e a ‘pejotização’, desvaloriza os salários", afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.
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Centrais apostam em greve 'contundente' na sexta contra reformas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU