Informe da ONU sobre o clima. ‘É fundamental que os governos tomem ações’. Entrevista com Carlos Rittl

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

21 Março 2017

Carlos Rittl,  secretário-geral do Observatório do Clima, comenta o novo informe da Organização das Nações Unidas.

A entrevista é de Fábio de Castro, publicada por O Estado de S. Paulo, 21-03-2017.

Eis a entrevista.

Qual a relevância desse novo informe da Organização das Nações Unidas?

É importante em vários sentidos. Lembra que estamos passando por uma crise climática grave, com intensificação de eventos extremos, reforçando as mensagens anteriores dos especialistas, de que os governos precisam discuti-la com a urgência que merece uma crise mundial. O posicionamento da ONU também é fundamental para a agenda global do clima, que corre riscos com o atual governo dos Estados Unidos.

Os modelos climáticos são mesmo limitados?

É necessário aprimorar os modelos a fim de obter maior capacidade de projeção e, assim, traçar estratégias de adaptação. Um aspecto novo desse documento é o alerta para um risco cada vez maior de ocorrência de eventos extremos que escapam à capacidade de previsão. Os modelos climáticos evoluíram, mas os desafios se tornaram maiores, como estão mostrando esses fenômenos cada vez mais intensos e frequentes.

O clima já entrou de fato em ‘território desconhecido’?

Sim. Em São Paulo, por exemplo, vimos no ano passado períodos de chuvas muito fortes - o que mostra a urgência de sistemas de monitoramento mais robustos. Desde 2016, até mesmo nosso vocabulário sobre o clima ganhou novos verbetes, como “microexplosões” (fenômeno meteorológico que pode produzir rajadas de até 80 km/h).

Qual a relação do documento da ONU com o Acordo de Paris?

Esse alerta da ONU é fundamental para que os governos tomem ações com responsabilidade proporcional à emergência climática pela qual passamos. Ele reforça a necessidade de desenvolver sistemas sofisticados de monitoramento e implementar o acordo.

Leia mais