“Há uma guerra mundial para destruir o matrimônio”, diz Francisco na Geórgia

Imagem: La stampa

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02 Outubro 2016

O Papa Francisco criticou duramente as atitudes modernas para com o matrimônio durante uma série de comentários de improviso que proferiu a católicos da Geórgia neste sábado de tarde, a certa altura declarando: “Hoje há uma guerra mundial para destruir o matrimônio”.

Na presença de padres, seminaristas, religiosos/as e leigos/as da minúscula população católica do país, o pontífice falou por mais de 45 minutos e enfatizou muitos dos mesmos pontos que já levantara em seus 3 anos e meio de papado.

A reportagem é de Joshua J. McElwee, publicada por National Catholic Reporter, 01-01-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

O papa foi particularmente incisivo, no entanto, ao falar do matrimônio, chamando-o de “a coisa mais bonita que Deus criou”. Disse a Bíblia descreve um homem e uma mulher em matrimônio juntos como a própria imagem de Deus.

“Vocês sabem quem paga o preço do divórcio?”, perguntou Francisco em alto e bom tom à multidão presente na Igreja da Assunção, em Tbilisi.

“A ambos, e mais: Deus paga porque, quando se divorcia (...), você suja a imagem de Deus”.

Em seguida, o pontífice descreveu uma “guerra mundial” contra o matrimônio, dizendo que ela ocorre através de um processo chamado de “colonização ideológica”.

“Hoje você não destrói [o matrimônio] com armas, mas sim com ideias”, disse. “É a colonização ideológica que o destrói”.

O papa estava respondendo aqui a alguns testemunhos dados durante o encontro por quatro católicos georgianos: um padre, um seminarista, uma mãe e um jovem.

A mãe, chamada Irina, mencionou alguns problemas que as famílias enfrentam na Geórgia, incluindo o divórcio e as “novas visões de sexualidade, como a teoria de gênero e a marginalização da visão de vida cristã”.

A mãe também agradeceu a Francisco pela sua recente exortação apostólica sobre a família, intitulada Amoris Laetitia.

Ao mesmo tempo em que o papa teceu duras críticas ao divórcio, ele igualmente disse entender que existem algumas situações onde fica impossível que os cônjuges que passam por dificuldades matrimoniais se reconciliem. Disse que a Igreja deve fazer quatro coisas a pessoas em situações assim: acolhê-las, acompanhá-las, promover o discernimento e integrá-las na comunidade.

Francisco também criticou a teoria de gênero, considerando-a “uma grande inimiga” do matrimônio.

A comunidade católica na Geórgia compreende apenas cerca de 2% da população de 3,7 milhões do país. A maior parte da população, aproximadamente 83%, se identifica como ortodoxo georgiano.

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