28 Setembro 2016
O comandante das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Timoleón Jiménez, pediu perdão às vítimas do conflito que durou mais de cinco décadas entre a guerrilha e o governo colombiano durante a cerimônia de assinatura do acordo de paz, na segunda-feira (26/09), na cidade de Cartagena.
“Em nome das FARC, ofereço sinceramente o perdão a todas as vítimas do conflito pela dor que pudemos causar nessa guerra”, disse Jiménez em seu discurso no evento.
A informação é publicada por Opera Mundi, 27-09-2016.
Recebendo vários aplausos dos convidados da cerimônia, ele disse que ninguém deve duvidar de que os membros da guerrilha agora farão "política sem armas". "Nós vamos cumprir nossa parte e esperamos que o governo cumpra a parte dele", afirmou.
O líder das FARC pediu que os colombianos “desarmem a mente e os corações” para que haja a reconciliação e construção da paz, pois a população é “a principal fiadora da materialização de todo o pactuado”, em referência ao plebiscito que se realizará no dia 2 de outubro, em que os colombianos decidirão por colocar em vigor, ou não, o acordo.
Além disso, afirmou ter encontrado no presidente Juan Manuel Santos "um valoroso interlocutor" que foi capaz de "suportar com integridade as provocações dos setores belicistas".
Jiménez também agradeceu o apoio dos países mediadores, Cuba e Noruega, e dos acompanhantes, Venezuela e Chile, que estiveram representados por seus presidentes no palco onde se assinou a paz em Cartagena.
"Esta é a paz de nossa América e dos povos do mundo. É um transcendental passo adiante na busca de um país diferente", declarou, antes de fazer um pequeno resumo do texto do acordo.
“Aqui, ninguém renunciou a suas ideias. Combinamos que as seguiremos defendendo abertamente na arena política sem violência em um apoteótico esforço pela reconciliação e o perdão. Pela paz com justiça social e democracia verdadeira”, disse o líder da agora ex-guerrilha.
Em seu discurso, Jiménez ainda afirmou que impulsionarão um "pacto político nacional" para "tornar efetivo o compromisso de todos os colombianos para que nunca mais sejam utilizadas as armas na política".
Por último, ele disse acreditar que a segurança não deve depender "tanto do tamanho das forças de segurança como do combate à pobreza, à desigualdade e à falta de oportunidades", e pediu que o Exército não os veja mais como inimigos, pois as FARC já não veem mais os militares como inimigos.
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Líder das FARC, Timoleón Jiménez pede perdão a vítimas do conflito na Colômbia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU