Por: João Flores da Cunha | 20 Setembro 2016
O ministro de Energia e Mineração da Argentina, Juan José Aranguren, vendeu no dia 13-09-2016 as ações que detinha da multinacional petrolífera Shell após ser advertido pelo Departamento Anticorrupção do governo. Ele foi criticado por opositores pelo potencial conflito de interesses.
Aranguren foi CEO da Shell na Argentina entre 2003 e 2015. Ele deixou o cargo seis meses antes de assumir o ministério, o que ocorreu após a vitória de Mauricio Macri nas eleições presidenciais.
Após nove meses de análise, o Departamento Anticorrupção emitiu no dia 09-09-2016 uma recomendação para que Aranguren se desfizesse de suas ações na empresa. O motivo arrolado foi “prudência”. As ações valiam 16,3 milhões de pesos – ou 3 milhões e 570 mil reais.
Política Tras el pedido de la Oficina Anticorrupción, Aranguren vendió sus acciones en Shell - Télam https://t.co/wzyvCIQFMa #Argentina
— Noticias Argentina (@NotiArgentina) 13 de setembro de 2016
O departamento também recomendou que Aranguren se abstenha de participar de decisões em que a Shell esteja envolvida. No dia 13-09, o Ministério de Energia e Mineração confirmou, por meio de nota oficial, a venda das ações. O comunicado ressaltou, porém, “a ausência de uma incompatibilidade legal com o exercício do cargo e de uma obrigação legal de transferir tais ações”.
Macri valorizou a atitude de Aranguren de se desfazer das ações. O governo também emitiu um decreto em que confirma que eventuais decisões que impactem na Shell ficarão a cargo da secretaria de Produção, e não do ministro.
Aranguren lidera uma pasta sensível na Argentina. Ele é o primeiro ministro de Energia da história do país – a antiga Secretaria de Energia foi elevada a ministério por Mauricio Macri. O presidente já declarou que os dois principais problemas do país são a inflação e o problema energético.
Além disso, o governo vem impulsionando “tarifaços” no setor. Macri propôs aumentos de até 100% nos valores do gás e da energia elétrica. Esses estão defasados, após os subsídios concedidos durante os governos de Néstor e Cristina Kirchner. Atualmente, o governo paga a maior parte da conta de luz e de gás dos argentinos.
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Ministro da Energia de Macri é forçado a vender suas ações da Shell - Instituto Humanitas Unisinos - IHU