15 Janeiro 2016
O governo liderado por Alexis Tsipras parece estar finalmente de acordo em aceitar a participação do fundo monetário internacional no seu terceiro programa de resgate financeiro – que pode atingir os €86mil milhões.
A reportagem é de Sílvia Amaro, publicada por Público.pt, 14-01-2016.
A mudança no discurso grego acontece um mês depois do próprio primeiro-ministro grego ter dito em entrevista ao Financial Times que era contra a participação do FMI, por este ser incoerente na sua atitude.
Jeroen Dijsselbloem, que preside o grupo dos ministros das finanças do euro, disse esta quinta-feira que os sinais tanto do lado grego, como do FMI, indicam que o fundo liderado por Christine Lagarde vai mesmo continuar a fazer parte da Troika.
“(O ministro das finanças grego) pôs isso bem claro. O governo grego quer continuar a trabalhar com o FMI,” disse Dijsselblo aos jornalistas após uma reunião do Eurogrupo esta quinta-feira.
O diretor Europeu do FMI, Poul Thomsen, que também esteve presente na reunião em Bruxelas, confirmou que a “intenção” da instituição financeira é em fazer parte do terceiro programa.
O terceiro programa de ajuda à Grécia foi aprovado em Agosto pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade, tendo o FMI optado por se manter de fora até que a questão da elevada dívida grega seja discutida – o que deverá acontecer aquando da primeira revisão ao programa, uma questão que também ainda está por resolver.
A participação financeira do FMI é um requisito específico de alguns estados membros, nomeadamente a Alemanha. O Fundo trás além do conhecimento e rigor técnico, uma maior probabilidade em que a Grécia cumpra com os seus objetivos fiscais. O envolvimento do FMI também ajuda a manter mais calma a opinião pública, sobretudo em países como a Alemanha, onde os contribuintes temem ver o seu dinheiro utilizado para mais ajudas financeiras a países com dificuldades económicas.
Um dos temas em análise no Eurogrupo desta quinta-feira foi a reforma que o governo grego se prepara para fazer à segurança social. Esta é essencial para que a primeira revisão ao programa possa acontecer e, haja, de seguida, mais desembolsos ao governo grego.
O governo grego “acredita que ter esta parte do programa concluída é crucial para a sua recuperação económica,” disse Dijsselbloem.
Os técnicos da Troika estão ainda a avaliar a proposta enviada pelo executivo grego para verificar se é extensa o suficiente, de modo a garantir uma poupança de cerca de 1% do PIB grego – tal como foi acordado no memorando de entendimento.
De qualquer forma, o presidente do grupo dos ministros da moeda única disse que a proposta grega era “séria” e o governo “tem feito um trabalho realmente sério” no que toca à reforma nas pensões.
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Grécia diz sim ao FMI - Instituto Humanitas Unisinos - IHU