30 Novembro 2015
Jornalista, anarquista convertida ao catolicismo, mas principalmente ardente ativista social. Nesse dia 29 de novembro passaram-se 35 anos da morte de Dorothy Day, que dedicou a sua vida à assistência e à busca da justiça para as camadas mais pobres e vulneráveis da sociedade norte-americana.
A reportagem é de Francesco Gagliano, publicada no sítio Il Sismografo, 26-11-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Uma dedicação plena e constante, em que o compromisso político se uniu, e não substituiu, à fé católica: acolhida aos pobres, pacifismo, ajuda aos trabalhadores, foram esses os principais temas das suas batalhas sociais. Para a sua promoção, Day fundou em 1933 o Movimento Operário Católico, junto com Peter Maurin.
As "Casas da Hospitalidade" que ela inaugurou naqueles anos são a prova concreta da obra de assistência promovida pelo movimento dos Operários Católicos, e logo o modelo se espalhou para outros Estados dos EUA, para o Canadá, Reino Unido e a outras áreas da Europa.
Ao longo dos anos 1960, ela apoiou as ideias da esquerda católica, especialmente pelos direitos das mulheres, embora tenha mantido um acentuado distanciamento daqueles mais ligados às liberdades sexuais.
Pelos seus méritos, foi promovida e iniciada a causa de canonização, mas o seu processo foi muito obstaculizado, até mesmo pelo próprio movimento fundado por Day, e só em 2012 o arcebispo de Nova York, Timothy Dolan, obteve da Conferência Episcopal dos Estados Unidos a aprovação para que a causa pudesse prosseguir.
Quando o Papa Francisco proferiu o seu discurso perante o Congresso dos Estados Unidos, no dia 24 de setembro passado, ele lembrou Dorothy Day – junto com Abraham Lincoln, Martin Luther King e o trapista Thomas Merton – como um símbolo da busca da justiça social inspirada no Evangelho, um símbolo que deve ser um exemplo para conhecer e seguir.
A mensagem de Dorothy Day, nas palavras do pontífice, é mais do que nunca atual e urgente, especialmente em tempos de crise: "Em tempos de crise e de dificuldade econômica, não se deve perder um espírito de solidariedade global. Ao mesmo tempo, desejo encorajar vocês a manterem em mente todas aquelas pessoas ao nosso redor que estão envolvidas em um ciclo de pobreza. Elas também precisam receber esperança. A luta contra a pobreza e a fome deve ser constantemente combatida em muitas frentes, especialmente nas suas causas. Eu sei que muitos norte-americanos hoje, assim como no passado, estão lidando com esse problema. É desnecessário dizer que parte desse grande esforço reside na criação e na distribuição da riqueza. O uso adequado dos recursos naturais, a aplicação apropriada da tecnologia e a capacidade de orientar devidamente o espírito empresarial são elementos essenciais de uma economia que tenta ser moderna, inclusiva e sustentável".
Assim, o pensamento de Dorothy Day continua vivendo e agitando as consciências dos EUA e do mundo, a 35 anos da sua morte.
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Dorothy Day (1980-2015): 35 anos de morte da serva de Deus - Instituto Humanitas Unisinos - IHU