23 Novembro 2015
Homem de total discrição, o padre Joseph Moingt, que completou 100 anos no último dia 19 de novembro, não gosta de falar sobre si mesmo. Portanto, é oportuno que nós recordemos alguns elementos que o caracterizam.
A opinião é do teólogo jesuíta francês Jean-Marie Glé, professor das Faculdades Jesuítas de Paris, em artigo publicado no sítio Baptises.fr, 18-11-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
Homem de total discrição, o padre Joseph Moingt não gosta de falar sobre si mesmo. Portanto, é oportuno que nós recordemos alguns elementos que o caracterizam.
Joseph Moingt entrou na Companhia de Jesus no fim de 1938, aos 23 anos de idade. A Segunda Guerra Mundial fez com que o seu noviciado fosse particularmente fragmentado. Foi ordenado padre em 1949. Defendeu a tese de doutorado sobre "A teologia trinitária de Tertuliano" em 1955, sob a orientação de Jean Daniélou, e lecionou teologia dogmática primeiro na Faculdade de Fourvière, depois, a partir de 1968, no Instituto Católico de Paris e, por fim, no Centro Sèvres, criado em 1974 pela fusão da Faculdade de Teologia de Fourvière e da Faculdade de Filosofia de Chantilly.
Professor de rara elegância, excelente pedagogo, não só de grande clareza, mas de cultura incrível, tanto sobre os Padres da Igreja quanto sobre a modernidade, o padre Moingt, de 1968 a 1997 (ou seja, por quase 30 anos), foi o editor-chefe da revista de Recherches de Science Religieuse (RSR).
Tanto no ensino quanto no seu trabalho junto à revista e como autor de inúmeros livros, o padre Moingt teve a capacidade de fazer trabalhar juntas personalidades fortes que, com ele, deram o melhor de si.
Pensamos em particular em Michel de Certeau, René Marlé, Henri de Lavalette, Joseph Doré, Georges Kowalski, André Paul, Jean-Noël Aletti, Pierre Vallin, Pierre Gibert (que seria o seu sucessor na RSR), Bernard Sesboüé e o pastor André Dumas, que participavam a cada dois anos dos congressos da RSR e redigiram relatórios que contribuem muito para a reputação da revista.
O padre Moingt é principalmente um eminente especialista em cristologia, a ciência que "estabelece" que Jesus de Nazaré é Cristo, Filho de Deus, Aquele que foi ungido pelo Pai. Mas ele não se dedicou apenas à teologia especulativa, fundamental e dogmática: ele animou jornadas de retiro, e as meditações espirituais também se enquadravam no âmbito das suas atividades.
O padre Moingt certamente influenciou profundamente a segunda metade do século XX até os nossos dias. Acrescentamos, para concluir, que uma homilia do padre Moingt, mesmo breve, como deve ser, é sempre um evento.
Se somos muitos aqueles que tomaram gosto pela teologia e atraíram outros jovens para esse estudo, devemos isso ao padre Moingt e aos seus conselhos. Compartilhar momentos com ele é uma graça.
Joseph Moingt é um homem de cultura. Do fundo do coração, expressamos-lhe o nosso profundo "obrigado".
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Os 100 anos de Joseph Moingt - Instituto Humanitas Unisinos - IHU