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30 Julho 2015

Boa parte dos nossos males, para não dizer todos eles, se devem à perda da experiência da filiação. Matamos os pais, todos eles, não só Deus Pai, e, como consequência, somos uma geração de órfãos. Carecer de pais, não se sentir filhos é o fundamento da desconfiança e, em última instância, do terror, da ausência de misericórdia.

A opinião é do escritor e padre espanhol Pablo D'Ors, conselheiro do Pontifício Conselho da Cultura do Vaticano. O artigo foi publicado no caderno cultural La Tercera, do jornal espanhol ABC, 24-07-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

A experiência espiritual mais importante de Jesus de Nazaré aconteceu durante o seu batismo, quando, depois de receber a água das mãos de João, experimentou, segundo contam os evangelistas, que se abriram as portas do céu, de onde desceu uma pomba. Então, ele ouviu uma voz que disse: "Este é o meu Filho, o Amado, em quem me comprazo".

Nesse relato, há pelo menos quatro pontos de indubitável interesse.

  1. Para ser o receptor de uma experiência espiritual, o primeiro passo é a purificação, que é o que aqui se simboliza com as águas do Jordão.
  2. Que, na medida em que somos purificados, abrem-se as portas do céu, isto é, as portas da percepção ou da receptividade espiritual.
  3. Que essa experiência espiritual, representada pela pomba e pela voz, consiste, em essência, em se sentir filho amado.
  4. Que um ser humano se sinta filho é algo que alegra e que compraz o Criador, dando-Lhe glória.

Entrarei, muito brevemente, no significado do terceiro ponto. Sentir-se filho, isto é, sentir que há um pai é como, dito em uma linguagem menos expressamente cristã, experimentar que a confiança tem um fundamento, que não é estúpido, mas sensato confiar naquilo que existe.

Por quê? Porque se descobriu que somos da estirpe divina ou, dito de outro modo, que aquilo que existe e acontece não é arbitrário ou vão, mas obedece a um desígnio amoroso e providente. Experimenta-se, em poucas palavras, que, na nossa inata e inevitável busca da plenitude, é mais sensato confiar do que desconfiar, porque só confiando é que fazemos a experiência de estar unidos ao outro e ao mundo, não separados deles.

Essa é a experiência mística primordial, redigida paradigmaticamente nos evangelhos por ocasião do batismo de Jesus, verdadeiro começo da sua missão na humanidade.

E qual é essa missão?, poderíamos perguntar. Somente uma, e, como é óbvio, consequente à experiência que a precede: comunicar a sua experiência batismal. A mensagem cristã poderia ser reduzida a esta tese: vale a pena confiar na realidade. Se há um Pai, isto é, um motivo para a confiança, há uma consequência imediata: você é irmão de tudo e de todos.

Só a partir dessa fraternidade universal e a partir desse respeito estrutural à natureza é que é possível, na minha opinião, entender e praticar conscientemente o que nós, cristãos, chamamos de misericórdia e o que os budistas chamam de compaixão.

Sabemos bem o significado etimológico da compaixão, padecer com o outro, e da misericórdia, sentir a miséria alheia, mas ambas as experiências, que são uma, têm uma raiz: a descoberta de que o outro é você, a sua família. O cristianismo é uma religião universal precisamente porque faz esta proposta: é razoável confiar, é necessário praticar a misericórdia, esse é o culto que Deus quer.

A prática da misericórdia torna visível neste mundo a sensatez da proposta cristã radicalmente humanista. Dito de forma mais simples: o amor torna crível a fé. Só o amor é digno de fé. A prática da misericórdia é consequência da experiência da confiança e, ao mesmo tempo, geradora dessa experiência. A misericórdia aumenta a confiança na vida e no ser humano, só ela a aumenta.

O pecado, nesse sentido, é o egocentrismo ou fechamento naquilo que é próprio, isto é, a indiferença e a passividade perante o destino alheio. Os indiferentes e egoístas destroem, saibam ou não, os motivos para esperar que os seus contemporâneos podem ou poderiam abrigar. O egoísmo e a indiferença são, em essência, ameaças à confiança na qual o ser humano se realiza.

Esse assunto da misericórdia agora – trazido à tona agora à raiz da bula papal – é sempre atual. A pergunta mais urgente é, a meu ver, como se forja um coração misericordioso, ou, dito de outra forma, como se combate contra um egoísmo que adquiriu, em nossas sociedades, uma proporção monstruosa.

É sensato falar disso, é realista? Discursos desse tipo não são, no fim das contas, uma ingenuidade excessiva? Não vou descobrir a América se eu disser que o único modo para que uma árvore dê bons frutos é que suas raízes sejam cuidadas. Dito mais claramente: a única forma fiável para gerar uma cultura da misericórdia é cultivar a confiança, entrar nessa escola, trabalhar a experiência espiritual que possibilita que a compaixão seja mais do que um simples dever ético, convertendo-se na consequência necessária de uma visão – a de um céu aberto do qual desce uma pomba – e de uma audição – a de uma voz que lhe diz que você é um filho amado.

Com frequência, eu dou retiros de silêncio e meditação em que participam crentes e não crentes em uma proporção bastante parecida, e a minha experiência com eles é sempre a mesma: o que uns e outros experimentam não é, no fundo, muito diferente. Não pode ser, já que todos, cada um com a sua própria cosmovisão, se exercita na confiança.

Confiar na realidade é um ato de fé, é uma maneira de ser pessoa que crê. Os agnósticos creem que não creem, assim como muitos cristãos creem que o que lhes é próprio é crer. Mas só há um cadinho em que se pode provar se creem ou não aqueles que dizem que o fazem ou que não o fazem: se praticam a confiança na realidade – que nada mais é do que a meditação – e, como consequência, se praticam a compaixão consigo mesmos, com a natureza e com os outros.

Para mim, é secundário que uma pessoa chame de Deus Pai ou de Fundamento da confiança a sua experiência espiritual mais radical. O prioritário é que tenha essa experiência, e o secundário se define com uma palavra ou com outra. Nesse sentido, a fronteira entre um crente e um não crente é muito fina. E é grossa, ao contrário, a fronteira entre um meditador e um não meditador.

Para mim, é claro que temos que ir às raízes, e que essas raízes, no Ocidente, estão nas águas do Jordão. É aí onde tudo começa. Se não entrarmos nesse rio, se não permitirmos que essas águas nos purifiquem das nossas sombras, nenhuma porta se abrirá, nenhuma pomba descerá, e nenhuma voz ressoará.

Não faremos a experiência espiritual e continuaremos a ser tão materialistas e pragmáticos quanto de fato somos. Não escutaremos vozes, e o mundo – nós, eles e todo o restante – serão simplesmente mudo e hermético. Um mundo em que não soa nada, porque não há nenhum ouvido disposto a ouvir. Um mundo seco, porque ninguém acode a essas águas que poderiam nos limpar de um peso de séculos e, é claro, saciar a nossa sede.

Defendo que boa parte dos nossos males, para não dizer todos eles, se devem à perda da experiência da filiação. Matamos os pais, todos eles, não só Deus Pai, e, como consequência, somos uma geração de órfãos.

Carecer de pais, não se sentir filhos é, como vimos, o fundamento da desconfiança e, em última instância, do terror, da ausência de misericórdia. A pedagogia consistiria, no meu modo de ver, em se pôr a rezar, mesmo que não se tenha vontade, em se pôr a confiar, mesmo que, no pano de fundo, sempre lateje, incansavelmente, a suspeita.

Aprende-se a rezar rezando, só assim. Aprende-se a escutar calando-se por fora e por dentro. Aprende-se a olhar fechando os olhos e observando o que acontece no nosso interior. Então, talvez, recebamos aquela visão a que fomos destinados: a de uma pomba descendo sobre nós e capacitando-nos à dimensão espiritual que nos constitui. E então, talvez, também recebamos aquela audição que sempre, saibamos ou não, estamos buscando: tu és meu filho, eu te amo.


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