Por: Jonas | 26 Mai 2015
“Esta geração está atrofiada. Entregou sua capacidade cognitiva aos computadores e aos telefones celulares. Dá a impressão de que isto os habilitou para argumentar e discutir com os demais sem nunca parar. O smartphone é uma extensão de sua atitude ácida. A gramática e as boas maneiras foram para longe”, escreve David Scott Douthit, em artigo publicado por Rebelión, 23-05-2015. A tradução é do Cepat.
Fonte: http://goo.gl/liWJaS |
Eis o artigo.
Graças aos smartphones - ou telefones inteligentes (sic) -, as pessoas estão sempre distraídas. Neste momento, muitas pessoas não se relacionam com quem está ao seu lado, nem com o lugar onde estão. Muitas pessoas nascidas nos anos 1950, como o autor, estão eliminando-os de sua vida.
Não importa onde seja, todo mundo parece estar preso ao seu smartphone
Estava em um dos jogos de beisebol de meu filho. Minha ex-mulher e minha filha estavam na parte descoberta, atrás da base do batedor. Nenhuma delas via algo do jogo; ambas estavam com seus polegares muito ocupados, escrevendo sobre as incidências da partida. Meu filho fez o primeiro percurso completo até a placa base. Quando terminou a partida, perguntou a sua mãe se o havia visto. Ela respondeu: “Visto o quê?”.
Há uns 10 anos, procurei deixar essa coisa chamada smartphone. O problema foi que as pessoas continuaram me telefonando. Chamavam-me quando estava passeando com o cachorro. Chamavam-me quando estava fazendo a sesta. Chamavam-me e esperavam que eu respondesse imediatamente, e ficavam loucas quando não atendia. O smartphone era muito mais um problema do que uma comodidade. Joguei-o no lixo, e não voltei a ter outro.
Minha mulher e eu tivemos que colocar um cartaz na porta de entrada que dizia: “Desliguem o smartphone!”, porque seus filhos continuavam fazendo suas ligações, ou ao menos essa era a impressão que davam. A questão se agravava quando vinha um visitante e precisamente tinha que “atender esta chamada” ou se dedicava a fazer chamadas após chamadas. Ou estava sentado em uma poltrona e não levantava os olhos de seu telefone ou passava o tempo escrevendo mensagens. Você fica louco procurando conversar com alguém cuja cabeça, continuamente, não se sabe onde está.
Danos à saúde
Além disso, existe o problema das radiações das ondas emitidas pelo aparelho no cérebro do usuário. Há importantes evidências de que o smartphone provoca tumores cerebrais e outras enfermidades. Eu propus compartilhar com toda a minha família e meus amigos o risco ao qual se expõem. Geralmente, desestimulavam a advertência com um: “O quê? Todo mundo morre um dia”.
O smartphone e a disfunção erétil masculina
No entanto, meu filho possui um smartphone. Eu não permito que o aproxime de sua cabeça ou o carregue no bolso, junto aos seus testículos. Os tecidos glandulares e neuronais são muito mais sensíveis que os músculos ou os ossos. Meu filho só tem 17 anos e eu quero que possa usar seu cérebro e gerar um neto algum dia.
Esta geração está atrofiada. Entregou sua capacidade cognitiva aos computadores e aos telefones celulares. Dá a impressão de que isto os habilitou para argumentar e discutir com os demais sem nunca parar. O smartphone é uma extensão de sua atitude ácida. A gramática e as boas maneiras foram para longe. Esta geração não tem moral. O rompimento da moralidade tem muito a ver com o surgimento da tecnologia. É possível que o leitor pense que a tecnologia não afetou a moralidade, no entanto, permitiu que o lobo que está dentro de nós seja ainda mais lobo. Por aí andam os indivíduos se gabando por ter levado para a cama centenas de mulheres. Eles atribuem à tecnologia moderna a possibilidade de conhecer mais mulheres.
Muitos homens modernos não possuem nenhuma norma. A única norma que utilizam é a capacidade de manipular os demais. Justamente o contrário da Regra de Ouro, ou seja, “trata aos demais como gostaria que fosse tratado”.
Eu também procuro não utilizar o computador, devo admitir que é viciante. Os pixels excitam o cérebro como se fosse uma droga. Em outras épocas, passei muito tempo em frente a um computador. Isto não me fez mais feliz, nem mais sábio. Conhecimento e sabedoria são coisas diferentes. O conhecimento é acúmulo de informação. A sabedoria é a possibilidade de empregar corretamente esses conhecimentos. A sabedoria se consegue resolvendo situações difíceis, crise e dilemas morais da vida real. O tempo dedicado a um computador não é experiência de vida real. Acredito que irei fazer um passeio, assim exercito um pouco as pernas e a sabedoria.
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Os smartphones degradaram a sociedade - Instituto Humanitas Unisinos - IHU