O Papa escreve aos novos cardeais: sejam humildes; a púrpura não é um prêmio

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

Por: André | 26 Janeiro 2015

“Manter a humildade no serviço não é fácil quando se considera o cardinalato como um prêmio, como ápice de uma carreira, uma dignidade de poder...”. Em 04 de janeiro passado, dia em que anunciou a lista dos 20 nomes dos novos cardeais que receberão o anel cardinalício durante o Consistório de fevereiro, o Papa Bergoglio enviou a cada um uma carta, publicada na sexta-feira, 23 de janeiro.

A reportagem é de Andrea Tornielli e publicada no sítio Vatican Insider, 23-01-2015. A tradução é de André Langer.

“Peço ao Senhor que te acompanhe neste novo serviço – escreve o Papa Francisco –, que é um serviço de ajuda, apoio e especial proximidade com a pessoa do Papa e pelo bem da Igreja. E justamente para exercer esta dimensão de serviço, o cardinalato é uma vocação. O Senhor, mediante a Igreja, te chama uma vez mais para servir; e te fará bem ao coração repetir na oração a expressão que Jesus mesmo sugeriu aos seus discípulos para manter-se na humildade: ‘Digam: ‘somos servos inúteis’, e isso não como uma fórmula de boa educação, mas como verdade depois do trabalho, ‘quando tiverem feito tudo o que lhes foi ordenado’”.

“Manter a humildade no serviço não é fácil quando se considera o cardinalato como um prêmio, como ápice de uma carreira, uma dignidade de poder ou de distinção superior. Por isso o teu empenho para manter longe estas considerações e, sobretudo, para recordar que ser cardeal significa incardinar-se na diocese de Roma para dar testemunho da Ressurreição do Senhor e dar totalmente, até o sangue, se necessário”.

O Papa conclui a carta recordando que “muitos se alegrarão por esta tua nova vocação e, como bons cristãos, farão festa (porque é próprio do cristão alegrar-se e saber festejar). Aceita-a com humildade. Fá-lo de modo a que, nestes festejos, não se insinue o espírito mundano que entontece mais que a “grappa” em jejum, desorienta e separa da cruz de Cristo”. Francisco sugere aos novos cardeais que se preparem com “oração e um pouco de penitência”.