31 Janeiro 2014
Zuckerberg, cuja rede social completará 10 anos na semana que vem, falou, nesta terça-feira (28), em uma reunião do Open Compute Project (Projeto de Sistemas Computacionais Abertos).
A reportagem é de Quentin Hardy, publicada no jornal The New York Times e reproduzida pelo Portal Uol, 30-01-2014.
O Open Compute é uma iniciativa que o Facebook lançou há três anos para ajudar grandes centros de processamento de dados a implantarem os cortes de gastos e ganhos de eficiência exibidos pelos softwares de código aberto – por meio dos quais os programadores compartilham ideias e códigos através de empresas, universidades e até mesmo das fronteiras nacionais – nos servidores de computadores individuais e no gerenciamento da internet.
Se isso soa técnico demais, você está certo. Ao falar para esse público, formado por engenheiros e especialistas, Zuckerberg se mostrou muito menos cauteloso do que o habitual para revelar o que ele já fez e para onde ele está indo atualmente.
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Os objetivos dele – alguns dos quais já foram alcançados, enquanto outros ainda são apenas aspirações – pintam um retrato de alguém que quer fazer mais do que apenas ser o rei das mídias sociais. Ele quer mudar o setor da alta tecnologia, passando por todas as áreas e chegando até as entranhas dos data centers. E ele acredita que está no caminho certo para executar essa tarefa. Para começar, Zuckerberg acredita que eliminou as vantagens técnicas desfrutadas pela Amazon, pelo Google e pelo Yahoo.
O Facebook cresceu após essas empresas terem criado sistemas proprietários de processamento de dados globais. Incapaz de replicar rapidamente o que essas empresas aprenderam a fazer, ele lançou o Open Compute, que efetivamente recorreu a redes colaborativas para tentar abordar o problema de repensar servidores, racks ou módulos para servidores, redes e uma centena de outras questões relacionadas à engenharia.
"Quando você é primeiro a criar alguma coisa, há vantagens em guardar segredos", disse ele, acrescentando que "a partir do nosso ponto de vista, seria muito melhor" adotar uma abordagem de código aberto. Agora, segundo Zuckerberg, "nós estamos muito à frente".
E ele conseguiu fazer isso enquanto, simultaneamente, economizava o dinheiro dos acionistas e abraçava o planeta.
De acordo com Jay Parikh, vice-presidente do Facebook para a área de infraestrutura, a empresa economizou US$ 1,2 bilhão em custos com energia e gestão ao utilizar produtos de código aberto nos últimos três anos.
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"Nós não estamos falando apenas de economizar dinheiro. Nós estamos economizando uma tonelada de dinheiro", disse ele. Segundo Parikh, o sistema de servidores que abriga os gráficos sociais centrais do Facebook, ou todo o conteúdo com o qual as pessoas interagem com frequência, realiza 4 bilhões de operações por segundo a um custo 24% menor e com uma utilização de energia 38% mais eficiente do que um sistema convencional.
Zuckerberg disse que a abordagem "verde" relacionada ao uso de energia do Facebook – que inclui sistemas baseados em moinhos de vento, localizados no estado do Iowa, e sistemas de hidrelétricas instaladas na Suécia – economizou, no ano passado, eletricidade equivalente ao consumo de 40 mil casas, além de ter reduzido emissões equivalentes às de 50 mil carros. Ele também fez sua parte para desestabilizar um setor que vale mais de US$ 100 bilhões.
Segundo destacou um economista e investidor eminente do setor de internet, grandes mudanças tecnológicas exigem um investidor comprometido para incentivar novas empresas a suportar vários anos de aprendizado para aperfeiçoar produtos inovadores.
Durante a maior parte da história do Vale do Silício, isso foi feito pelas forças armadas dos Estados Unidos. O Facebook e o projeto de computação aberta, que atraiu 150 empresas, incluindo a Intel e a Microsoft, se parecem com esse investidor comprometido que aposta em soluções caras para transformar o setor de tecnologia da informação.
Como Zuckerberg disse na terça-feira passada, "as pessoas são fortemente incentivadas" a criar novos tipos de hardware quando há perspectivas de grandes vendas. "O Facebook é uma empresa de parcerias".
Inovações como servidores produzidos a partir de chips de celular baratos e equipamentos para redes de computador que custam, provavelmente, a metade do preço dos produtos convencionais foram alguns dos produtos exibidos no andar de exposições do projeto de computação aberta.
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Dez anos após criar o Facebook, Zuckerberg quer mudar o setor de tecnologia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU