02 Dezembro 2013
A esmola é recomendada pelas Escrituras e praticada desde sempre no mundo cristão. É ato de amor concreto e, ao mesmo tempo, uma das fontes do patrimônio eclesiástico. O termo deriva do grego eleemosyne (de eleemon, misericordioso; éleos era a piedade).
A reportagem é de Armando Torno, publicada no jornal Corriere della Sera, 29-11-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O livro de Tobias recomenda: "Dê esmolas daquilo que você possui, e não seja mesquinho. Se você vê um pobre, não desvie o rosto, e Deus não afastará seu rosto de você" (4, 7). Paulo, na Primeira Carta a Timóteo, falando com aqueles que têm, recomenda "que eles façam o bem, se enriqueçam de boas obras, sejam prontos a distribuir, sejam generosos" (6, 18).
A Igreja sempre teve uma atenção especial por essa prática. A instituição da Elemosineria Apostólica remontaria a Gregório X (século XIII). Certamente, a encontramos em uma bula de Alexandre V, com a data de 1409. Aquele que foi o ''elemosineiro secreto de Sua Santidade", com o título arquiepiscopal, já podia ser visto nas disposições do próprio Gregório X. Seguramente, ei-lo no papel da família pontifícia de Nicolau III (1277).
E como esquecer das ordens mendicantes? E das exortações de teólogos e Padres da Igreja? A esmola era visto como um desapego dos bens, uma busca de perfeição. Para dar um exemplo, diremos que Táscio Cecílio Cipriano, no De opere et eleemosynis (meados do século III), convida cada cristão a doar seus próprios bens a quem nada possui. A esmola, além disso, liberta dos pecados. O texto contém algumas das expressões mais fortes contra os ricos de toda a literatura cristã. Ainda atuais.
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Esmola, uma prática de raízes antigas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU