Por: Cesar Sanson | 02 Janeiro 2013
Mudanças no programa de distribuição de recursos deve fazer com que taxa de extrema pobreza caia de 3,4% para 0,8% em 2013
A reportagem é de Maria Gizele da Silva e publicada pela Gazeta do Povo, 27-12-2012.
Um novo formato de distribuição de recursos dentro do programa Bolsa Família, redesenhado com a implantação do programa Brasil Carinhoso, pode amenizar a miséria no país em 2013.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, a taxa de extrema pobreza entre a população brasileira pode cair de 3,4% para 0,8%, conforme estudo divulgado ontem em Brasília. Apesar do otimismo dos números, o país ainda irá contar com uma margem de aproximadamente 1,5 milhão de pessoas na linha da extrema pobreza, população quase igual a de Curitiba (1,7 milhão de habitantes).
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, os brasileiros que vivem com menos de R$ 70 por mês por pessoa estão na linha da extrema pobreza. Em maio deste ano, através do programa Brasil Carinhoso, todos os beneficiários do Bolsa Família que têm filhos com até 6 anos de idade passaram a receber uma complementação para atingir os R$ 70 per capita e, portanto, deixar a linha de extrema pobreza. Neste mês, a faixa etária foi ampliada para até 15 anos.
Sistema
Diferentemente do Bolsa Família, que repassa o benefício de acordo com o número de filhos (até cinco crianças e até dois jovens por família), o Brasil Carinhoso repassa o complemento independente do número de filhos.
Se a mudança tivesse sido implantada no ano passado, a queda na taxa de extrema pobreza na faixa etária de 0 a 15 anos medida em 2012 seria drástica: passaria de 5,9%, medidos em 2011, para 0,6%. O diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Rafael Osório, alerta que se trata de uma simulação. “Não temos bola de cristal para afirmar certamente qual a taxa de extrema pobreza em 2013, mas é certo que as mudanças trazidas pelo Brasil Carinhoso vão dar resultado. É como se o programa tivesse colocado o Brasil nos trilhos para alcançar a redução da miséria”, afirma.
A projeção de famílias na faixa da extrema pobreza divulgada pelo Ipea difere da do próprio Ministério de Desenvolvimento Social. O governo federal considera que o país tem 8,5% (ou o equivalente a 16,2 milhões de pessoas) na extrema pobreza – baseado no Censo de 2010 – e não 3,4% como classifica o Ipea. Em sua nota técnica, o Ipea sustenta que usa uma nova metodologia baseada na pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) para incluir o número de beneficiários do Bolsa Família.
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Bolsa Família “turbinado” ajuda a reduzir miséria - Instituto Humanitas Unisinos - IHU