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11 Dezembro 2012

Martini deu novamente um alimento espiritual para uma sociedade civil enfraquecida pelos contrastes, tornou-a mais consciente das próprias virtudes, orgulhosa de ser comunidade. Com a sua crítica à encíclica Humanae Vitae, de Paulo VI, que vetava a contracepção, ele simplesmente havia antecipado muitas das discussões dos anos seguintes.

A opinião é do jornalista italiano Ferruccio De Bortoli, diretor do jornal Corriere della Sera, 09-12-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Quando entrou em Milão em 1980, o jovem – tinha 53 anos – arcebispo de Milão pareceu tímido e confuso. Além disso, não poderia ser de outra forma. O reitor da Gregoriana estava mais acostumado com a ordem de uma sala de estudantes do que com as multidões da cidade.

Ele atravessou o centro de Milão para desembarcar na Catedral acolhido por um público grande, mas frio. Intrigado com a figura de um prelado que não lembrava nos traços e no gesto nenhum dos seus antecessores.

Um domingo de fevereiro um pouco escuro no período mais atormentado dos anos de chumbo. Quais poderiam ser os seus pensamentos? E quanto devia pesar sobre ele aquele encargo para o qual ele nunca havia pensado antes em sua vida? Este que escreve, jovem cronista, foi encarregado a fazer um relato dessa acolhida que em geral parecia pouco mais do que um ato devido, um gesto formal de cortesia.

O jesuíta Martini continuou sendo por um longo tempo, nos meses seguintes, um personagem misterioso que falava com excessiva lentidão, o olhar severo, com a cumplicidade da estatura. As palavras, de rara profundidade espiritual, mas simples e claras, pareciam, porém, cair no vazio de uma cidade perdida, como a garoa cansativa que o acolhera no dia da sua investidura à cátedra de Santo Ambrósio.

O nosso colega Walter Tobagi caiu sob o chumbo do terrorismo, um câncer italiano aparentemente incurável, no dia 28 de maio daquele ano. Eu lembro com dor o dia, mais uma vez chuvoso, apesar da primavera avançada, dos funerais. E a homilia de Martini nos atingiu no coração. Não só nós que conhecíamos Walter e chorávamos o seu desaparecimento. Enquanto o arcebispo falava na igreja do Santo Rosário lotada até o inverossímil, notei as lágrimas das pessoas ao meu redor que, no máximo, o tinham lido algumas vezes e talvez nunca tinham ouvido falar dele antes. Essa foi, a meu ver, a reviravolta, porque o véu da sofrida resignação com a qual se assistia, impotentes, à corrente de crimes se rasgou por encanto.

Uma ocasião tão triste se transformou no grito de uma cidade que dizia "não" ao terror e à violência. E o fazia com a expressão austera mas corajosa de um sacerdote, o único rosto novo das autoridades da cidade – e, portanto, destinatário de expectativas e esperanças também da parte mais secular – que resumia em si mesmo o desejo de resgate de uma comunidade inteira.

"Só um homem inspirado pode gerar confiança", escreveu na biografia do cardeal (Il Profeta, Mondadori) o nosso colega do Corriere, Marco Garzonio, que o acompanhou por 30 anos. E na liturgia ambrosiana há uma oração em que os fiéis invocam o dom de ter pastores que inquietem a falsa paz das consciências. O austero e destacado professor havia usado as vestes cinzentas da dor civil, havia dado cor ao sentimento de pertença de uma comunidade e vencido a solidão do medo dos anos de chumbo. Tornou-se um defensor civitatis. Aí está a essência da mensagem martiniana e a modesta explicação de por que o seu serviço pastoral também conquistou os corações dos não crentes e resistiu especialmente ao tempo. Um parábola inoxidável.

Martini deu novamente um alimento espiritual para uma sociedade civil enfraquecida pelos contrastes, tornou-a mais consciente das próprias virtudes, orgulhosa de ser comunidade. Em uma simplificação extrema: ofereceu uma explicação de sentida da vida para todos, sobretudo para os não crentes que se aproximavam dos seus escritos ou ficavam fascinados pelos seus gestos, mas instilou a dúvida da razão também entre as fileiras eclesiásticas com as suas posições "escandalosas" sobre as questões bioéticas (é célebre a sua carta sobre o caso Welby publicada pelo jornal Il Sole 24 Ore no dia 21 de janeiro de 2007) e sobre os erros da Igreja.

O pastor que soube reunir ao seu redor o rebanho disperso e desiludido da maior das dioceses, o fundador da Cátedra dos Não Crentes, o jesuíta aberto e respeitado em todo o mundo, tornou-se para a hierarquia um personagem incômodo. Mais do que um herege, um inimigo, um inovador imprudente, responsável – segundo os seus detratores, que não lhe economizaram flechadas venenosas mesmo depois da morte – por um progressivo deslize da fé católica para a leviandade secularizada do protestantismo ou para a impalpável realidade anglicana.

Em suma, o cardeal que mais uniu pessoas diferentes e aparentemente distantes em torno da Palavra e da mensagem evangélica foi, ao mesmo tempo, a púrpura que mais dividiu e inquietou a Igreja, talvez porque a colocou diante de interrogações incômodas que não poderão ser por muito tempo ignoradas.

Com a sua crítica à encíclica Humanae Vitae, de Paulo VI, que vetava a contracepção, ele simplesmente havia antecipado muitas das discussões dos anos seguintes. O cardeal estava ciente do extremo sofrimento que os homens de culto sentem ao não saber responder até o fim as perguntas dos fiéis. Martini entrevia nessa obstinação da Igreja na ridigez dogmática sobre os temas da modernidade uma das causas do seu declínio e do progressivo distanciamento de muitos fiéis. Aos divorciados os sacramentos são proibidos, mas certamente não se pode dizer que justamente por isso levem uma vida contrária à substância dos preceitos cristãos.

A Igreja conciliar soube, com João XXIII e com Paulo VI, abrir as janelas e sacudir os fundamentos de uma instituição milenar, que é raiz insubstituível do nosso presente, relançando a mensagem evangélica. O próprio cardeal Ratzinger, jovem sacerdote no Concílio, sublinhou o seu "extraordinário salto no presente". E justamente no momento em que, empobrecidos pela perda de sentido da vida civil, no rescaldo do século das ideologias, quando amplas camadas da sociedade olham para o mundo católico como o único refúgio de valores universais e de respeito pela pessoa, a Igreja parece em dificuldades ao captar uma ânsia diferente de participação.

Ela não sente a necessidade de dar um outro "grande salto no presente"; entrega-se a um destino de minoria, condenada a perder o desafio com a secularização. Martini, que foi em vida um disciplinado membro da hierarquia eclesiástica, mas sempre conservou a liberdade das próprias ideias e nunca teve medo de professá-las e de defendê-las, simplesmente havia intuído esse desvio perigoso, particularmente nos Diálogos noturnos em Jerusalém, conversando com outro grande jesuíta, Georg Sporschill, um livro que não por acaso foi publicado em alemão e traduzido com certa dificuldade para o italiano.

Uma Igreja que admite os próprios erros e está próxima dos fiéis, compartilhando as suas interrogações mais íntimas, demonstra a sua grandeza e não tem medo de se confrontar com nenhuma outra fé, nem mesmo com aquelas que parecem mais fortes e graníticas.

Martini expôs suas próprias ideias, logo após a morte, em 2005, de João Paulo II, participando de uma reunião da congregação geral, com a presença do decano Ratzinger: evangelização, ecumenismo, opção pela paz e pelos pobres. Uma Igreja com menos paramentos, mais unida à atividade pastoral, da qual a sociedade tem imensa necessidade, e menos dividida na gestão de um poder tão frágil e, infelizmente, tão dramaticamente secularizado.


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