Por: Cesar Sanson | 12 Abril 2012
A Rio+20 e o Código Florestal são oportunidades de ouro para que o Brasil invista em uma economia florestal e verde, afirma o embaixador Rubens Ricupero. "Uma das formas mais felizes para dar esse caráter é a transformação do setor florestal em um setor dinâmico que busque estimular a economia local, a geração de emprego e a redução da pobreza." Segundo Ricupero, o projeto do Código Florestal que tramita na Câmara dos Deputados pode ser considerado qualquer coisa, menos um código Florestal. Para ele, o que poderia conter uma política que incentivasse a economia florestal e o manejo sustentável é apenas um projeto de lei sobre o uso da terra. "Não sei se ainda dá tempo, mas falta dar a esse projeto um caráter de código", afirma.
A reportagem é de Sabrina Bevilacqua e publicada pelo homepage Sustentabilidade do portal Terra, 11-04-2012.
Ricupero vê na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que ocorre em junho, no Rio de Janeiro, a grande chance para que o Brasil crie sistemas para uma política organizada de baixo carbono e verde. Ele diz que, até agora, o País não tem aproveitado o seu potencial de crescimento e inovação nessa área. No mercado florestal, por exemplo, o Brasil vai bem em alguns pontos específicos, como venda de madeira cortada, mas ainda é um ator pequeno quando consideramos a produção florestal em geral.
Ricupero cobra a definição de estratégias permanentes para o desenvolvimento da economia florestal. Ele afirma que os pacotes do governo para estimular a economia interna geralmente promovem crescimento ilusório. Eles dão resultados passageiros, geralmente, são medidas para expansão de crédito. O embaixador questiona o conteúdo verde desse tipo de ação. "A única medida de incentivo a um desenvolvimento mais sustentável é a que favorece a compra de eletrodomésticos de linha branca que consomem menos energia", diz.
Em se tratando de uma economia verde e de longo prazo, o Brasil está no caminho oposto ao de outros países, na opinião de Ricupero. Para ele, na maioria dos casos, os esforços de mitigação devem estar relacionados ao desenvolvimento de políticas e tecnologias que, além de reduzir danos, possam contribuir para esse novo modelo, como programas para a redução de carbono ou desenvolvimento de tecnologias para energia limpa. No Brasil, infelizmente, diz, as ações de mitigação estão relacionadas ao controle do desmatamento, raramente levando a uma economia verde. Um dos raros exemplos são os estímulos ao desenvolvimento do etanol.
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Brasil tem de desenvolver economia florestal, afirma Ricupero - Instituto Humanitas Unisinos - IHU