05 Abril 2012
"O Mediador Jesus Messias ("Messias" significa "Cristo") construiu, a partir de pequenas interrupções históricas (“o Reino de Deus no meio de nós”), a perspectiva de grandes transformações das quais poderá nascer um segundo paraíso que integra o mundo histórico num mundo transistórico. O espaço escatológico dessa reintegração ou reconciliação convencionamos chamar “Mundo Novo”, Paraíso, Terra sem Males, Céu, reino de Paz e Justiça", escreve Paulo Suess, missiólogo e assessor teológico do Conselho Indigenista Missionário - CIMI.
Eis o artigo.
No passado, “ter” uma religião era a situação normal de indivíduos e povos. O “ter” uma religião, hoje, não é mais óbvio. No mundo moderno, as pessoas aprenderam ser justos e solidários, altruístas e egoístas, santos e pecadores sem religião. As religiões aprenderam transformar seus mitos em história. Quando chegaram a limites explicativos de seus mistérios, exigem fé.
Os cristãos que celebram, neste tempo pascal, morte e ressurreição de seu Messias, com o nome programático de Jesus, que significa, “Deus salva", se movimentam na mesma linha explicativa, entre mito, história e fé. Todos sentimos que nosso mundo vivencial não corresponde ao imaginário de um “paraíso” ou de um espaço perfeito. Um Deus, que os cristãos consideram criador do mundo e imensamente bom, só poderia criar um mundo perfeito. Por conseguinte, o mundo bom foi perdido. Ao interpretar o pesadelo de um paraíso perdido, criado por um Deus que consideram bom e perfeito, recorrem à figura explicativa do “pecado original” e a um mediador histórico, enviado por Deus, para sanar o mundo das consequências dessa ruptura causada pelo pecado.
O Mediador Jesus Messias ("Messias" significa "Cristo") construiu, a partir de pequenas interrupções históricas (“o Reino de Deus no meio de nós”), a perspectiva de grandes transformações das quais poderá nascer um segundo paraíso que integra o mundo histórico num mundo transistórico. O espaço escatológico dessa reintegração ou reconciliação convencionamos chamar “Mundo Novo”, Paraíso, Terra sem Males, Céu, reino de Paz e Justiça.
Na vida dos cristãos, sobretudo dos pobres, mito, história e fé estão entrelaçados numa trama de leituras arquetípicas, lutas históricas e imagens de fé e esperança.
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Semana Santa – Mito, História, Fé - Instituto Humanitas Unisinos - IHU