04 Julho 2011
Chama-se Daniel Walsh (foto) e até agora conduzia a diocese de Santa Rosa nos Estados Unidos. Em um breve
comunicado o Vaticano anunciou dia 30 de junho que o Papa Bento XVI aceitou a sua renúncia antecipada ao posto por “motivos de força maior”. As verdadeiras razões de sua saida são um mistério. Uma coisa é certa: o prelado vinha tendo um ministério cheio de tribulações, algumas em função de um sacerdote pederaste mexicano.
A reportagem é de Beltrano Álvarez e publicado pelo sítio Vatican Insider, 03-07-2011. A tradução é do Cepat.
A Santa Sé informou apenas que a demissão de Walsh foi acolhida segundo a seção 401.2 do Código do Direito Canônico, a lei fundamental da Igreja católica, seção que considera as renúncias por doença ou problemas graves.
Sobre a saúde do bispo pouco se sabe, mas não consta que tenha algum problema, ao menos publicamente.
Desde o dia 24 janeiro passado, a Sé Apostólica nomeou Robert Vasa como bispo coadjutor de Santa Rosa com direito a sucessão, ou seja, desde essa época já se preparava uma mudança à frente da diocese.
No passado Daniel Walsh enfrentou inusual dificuldade. Em 2006, teve que se manifestar por um escandalo causado por um sacerdorte pederasta mexicano Francisco Ochoa que foi acusado pela justiça americana de 10 casos de abuso sexual contra menores.
O bispo foi acusado de negligente porque demorou vários dias em reportar a conduta impropria do padre ao Serviço de Proteção à Infância do Condado de Sonoma, permitindo que o padre fugisse dos Estados Unidos para o México, onde atualmente se encontra como fugitivo.
Em junho desse ano, o prelado escreveu uma carta aberta na qual revelou que no dia 28 de abril de 2006 Ochoa lhe confessou ter perpetrado três abusos sexuais contra crianças entre 12 e 16 anos em Sonoma, no Condado de Napa, e tambem em território mexicano. Em que pese esta confissão, o vigário episcopal, Dan Galvino, demorou vários dias em informar o caso às autoridades civis. O fez apenas no dia 1º de maio, sem considerar a existência de uma linha telefônica ativa por 24 horas para receber esse tipo de denúncias. No momento da denúncia, Ochoa Pérez já estava fora do país.
Posteriormente, Walsh pediu perdão às vítimas por ter falhado em comunicar a tempo a situação e aceitou “qualquer pena que lhe fosse imposta”. No dia 27 de agosto de 2007, a diocese de Santa Rosa fez um acordo com as vítimas no valor de cinco milhões de dólares.