11 Janeiro 2011
Parece quase um sonho. Subir ao terceiro andar desse palácio no número 149 da New Montgomery Street e bater à porta com a marca Wikimedia. Descobrir assim que existe incrivelmente uma sede "física", de vidro e cimento, para a mais vasta enciclopédia virtual, a reunião online de todo o conhecimento humano, que teve início exatamente há 10 anos.
A reportagem é de Federico Rampini, publicada no jornal La Repubblica, 11-01-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
"Não, não é aqui que a escrevemos", sorri o diretor de comunicação Jay Walsh, enquanto abre caminho pelos escritórios da Fundação. "Isso é feito, a cada instante, por centenas de milhares de colaboradores, voluntários e gratuitos, espalhados pelo mundo".
Mas essa sede tem uma função que está escrita na geografia. "Aqui, no coração de San Francisco – diz Walsh – estamos circundados por aquela cultura alternativa que construiu uma versão libertária, não mercantil, da Internet. A poucos passos daqui está o Creative Commons, o artífice de licenças abertas, conteúdos livres, soluções que permitem fugir da coerção do copyright privado. Ao lado, temos a Electronic Frontier Foundation que luta pela liberdade de acesso à Internet. Está também a Mozilla Foundation e outros pioneiros do software aberto. A 20 minutos de metrô, está a Universidade de Berkeley: alimentamo-nos respirando valores de liberdade e cooperação".
Certamente, a poucos quilômetros de distância, também estão os gigantes da Silicon Valley – Google, Facebook, Yahoo – que tomaram o caminho oposto: o casamento entre Internet e lucro, a nova face do turbocapitalismo.
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