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Judith Butler: “É muito tarde para silenciar questionamentos sobre gênero”

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09 Novembro 2017

Alvo de protestos contra e a favor suas ideias, filósofa conversou com a revista Azmina

A entrevista é de Letícia Bahia (Revista AzMina), psicóloga e estuda questões relacionadas a gênero e sexualidade. Trabalhou com prevenção de gravidez e DST no Instituto Kaplan e com aborto na safe2choose. Nasceu feminista e hoje é obcecada por orquídeas, reduzir sua pegada ecológica e a desigualdade social.

A entrevista é publicada por El País, 08-11-2017.

Para a Wikipedia ela é “uma das principais teóricas da questão contemporânea do feminismo”, mas para as mais de 360 mil pessoas que aderiram a um abaixo assinado contrário a sua recente vinda ao Brasil, ela é a “idealizadora e uma das principais promotoras da ideologia de gênero”. Judith Butler, americana, filósofa, lésbica e professora da Universidade da Califórnia em Berkeley desembarcou no Brasil em meio a um combo de polêmicas sobre sexualidade, disparadas por episódios como o cancelamento de uma exposição cujas obras incitariam a pedofilia e a decisão do MASP de, pela primeira vez em sua história, impor restrição etária em uma de suas exposições – cujo tema é sexualidade.

Para a filósofa, aqueles que temem a “ideologia de gênero” e o feminismo temem que “se não afirmarmos as diferenças naturais entre os dois sexos, a base heterossexual do casamento pode ser questionada, assim como o papel do casamento heterossexual como necessário para a família”. Ela explicou, no entanto, que o gênero não nega diferenças biológicas entre os sexos, mas permite perguntar como as diferenças biológicas são organizadas e como refletimos sobre a relação entre diferenças biológicas e papéis e identidades sociais.

“Essas perguntas já estão sendo feitas em todo o mundo, e parece muito tarde para silenciá-las. Aqueles que temem essas questões temem novas formas sociais de sexualidade, intimidade e família”, conclui.

Butler palestrou nesta segunda-feira, 6 de novembro, sobre seu Caminhos divergentes – Judaicidade e crítica do sionismo, recém lançado no Brasil pela editora Boitempo.

As inscrições para o evento, parceria entre a Boitempo, a Unifesp e a ICArabe, esgotaram-se rapidamente. Terça (7), quarta (8) e quinta (9) é a vez do Sesc recebê-la para o simpósio “Os Fins da Democracia”, do qual a filósofa é organizadora.

Eis a entrevista.

Sua vinda ao Brasil tem sido bastante repudiada por movimentos que vinculam seu nome ao que chamam de “ideologia de gênero”. Um dos abaixo assinados que pediram o cancelamento de suas palestras diz que “não podemos permitir que a promotora dessa ideologia nefasta promova em nosso país suas ideias absurdas, que têm por objetivo acelerar o processo de corrupção e fragmentação da sociedade”. São acusações bastante abstratas, mas que claramente apelam para algum tipo de medo. Como você compreende esse medo? Quais as estruturas e dinâmicas são desafiadas por suas ideias?

Eu acho que existe um equívoco a respeito do significado do termo “gênero”. Para aqueles que acreditam que existe uma lei natural ou divina que distingue os dois sexos e estabelece seus respectivos papéis sociais na sociedade, o gênero parece ser um conceito que refuta essa crença. Acredito também que exista um temor de que, se não afirmarmos as diferenças naturais entre os dois sexos, a base heterossexual do casamento pode ser questionada, assim como o papel do casamento heterossexual como necessário para a família. Assim, todos os medos que as pessoas têm sobre mulheres que assumem novos papéis na sociedade, sobre o movimento LGBTQI e o casamento gay, sobre o uso de tecnologias reprodutivas, sobre o direito ao aborto, sobre o crescente número de famílias “misturadas” e famílias gays e lésbicas com filhos, sobre arte sexualmente explícita – tudo isso está associado aos efeitos do “gênero”. Mas o gênero não nega diferenças biológicas entre os sexos, embora a perspectiva do gênero nos permita perguntar como as diferenças biológicas são organizadas e como refletimos sobre a relação entre diferenças biológicas e papéis e identidades sociais.

Essas perguntas já estão sendo feitas em todo o mundo, e parece muito tarde para silenciá-las. Aqueles que temem essas questões temem novas formas sociais de sexualidade, intimidade e família. No entanto, as formas tradicionais podem coexistir com formas não tradicionais, e muitas pessoas vivem uma combinação de ambos.

Em setembro deste ano, uma exposição intitulada “Queermuseu – cartografias da diferença na arte da brasileira”, foi suspensa depois de uma onda de protestos na internet. Ainda em setembro, viralizou um vídeo não autorizado gravado no Museu de Arte Moderna no qual uma criança acompanhada de sua mãe toca os pés de um artista que se apresentava nu. Protestos na porta do museu contra a performance incluíram agressão física. Em 20 de outubro estreou no Museu de Arte de São Paulo a exposição “Histórias da Sexualidade”, com classificação etária de 18 anos. É a primeira vez que a presença de menores, mesmo que acompanhados dos responsáveis, é vetada em uma exposição do museu. Esses esforços no sentido de isentar a infância de sexualidade têm sido recorrentes no Brasil, com desdobramentos conservadores importantes no campo da Educação e, agora, na Arte. O que há por trás dessa concepção de infância e como o conceito de performatividade pode nos ajudar a desconstruí-la?

Eu compreendo que os esforços virtuais para impedir que eu fale (que são curiosos, posto que eu não irei falar no SESC, sou apenas uma organizadora da conferência lá) podem ser compreendidos tal como a terceira parte desta história, embora as duas primeiras presumam que haverá dano para as crianças, e meu discurso é posto como corrompendo e fragmentando a sociedade. Talvez tenhamos que entender a política da família que liga essas três casos. Tocar os pés de um dançarino nu ou até mesmo ver uma foto de um dançarino nu é perturbador para algumas pessoas que acreditam que as crianças não devem ser expostas a situações potencialmente sexuais. Acho que todos nós podemos concordar que a exploração sexual das crianças é errada, mas discordamos a respeito de a arte por si só ser ou não capaz de causar danos da forma como alguns supõem. Independentemente dos debates sobre se essas representações são pornografia ou arte de outro tipo, parece claro que os censores querem que as crianças permaneçam no escuro sobre a nudez humana e suas alegrias. A censura comunica que dançar nu é vergonhoso ou perigoso, mas talvez isso seja uma forma de contestar a cultura da vergonha sexual. Nós podemos e devemos nos opor a situações de danos sexuais, mas podemos e devemos nos opor à vergonha sexual por atos alegres e não prejudiciais capturados através de imagens.

Podemos dizer que uma forma de supremacia de gênero e raça se constitui de novo e de novo a cada ato de assassinato. Mas não podemos compreender essa forma de poder sem compreender o passado imperial, a instituição da escravidão e sua continuação no presente

O Brasil foi o último país do mundo a abolir a escravidão, e apesar de negros representarem 53% de nossa população, apenas 17% dos mais ricos são negros. Em 20 de novembro celebra-se aqui o Dia da Consciência Negra, uma data que discute o racismo sob diversas perspectivas. O contradiscurso passa por questionamentos acerca da inexistência de um “dia da consciência branca”, pela afirmação da miscigenação como marca da identidade brasileira e outras forma de negação do racismo, muitas vezes semelhantes aos discursos que negam as desigualdades de gênero. Estes dois recortes – raça e gênero – se entrelaçam, resultando em desigualdades ainda maiores quando falamos em mulheres negras. A exemplo disso, de 2014 para 2015 o Brasil viu uma redução de 7,4% no homicídio de mulheres não negras contra um aumento de 22% no homicídio de negras. Seria útil enfrentar esses problemas aplicando a ideia de gênero como “repetição estilizada de atos”, que você discute em Problemas de gênero, a questões de raça? Seria a branquitude também uma “repetição estilizada de atos” a serviço da criação e manutenção de uma norma excludente?

O que eu sugeriria é que nos questionemos sobre quais populações são consideradas fáceis de matar e merecedoras da morte. A prática generalizada do feminicídio, o que inclui mulheres trans e travestis, vitima desproporcionalmente as mulheres negras. Estas são formas sistêmicas de racismo, repetidas ao longo do tempo, estabelecendo o direito não apenas de dominar, mas de matar, por parte dos homens que procuram instalar e impor a desigualdade racial e de gênero. Ao tentar entender o feminicídio, temos que nos perguntar como o gênero e a raça se interseccionam para entender as formas de dominação que procuram manter a supremacia branca e continuar o legado da escravidão por outros meios. Portanto, há um caráter repetitivo, se não compulsivo, para o feminicídio – não só no Brasil, mas em toda a América Latina, especialmente em lugares como Honduras. Podemos dizer que uma forma de supremacia de gênero e raça se constitui de novo e de novo a cada ato de assassinato. Mas não podemos compreender essa forma de poder sem compreender o passado imperial, a instituição da escravidão e sua continuação no presente, e as formas pelas quais as mulheres negras sofrem a convergência dessas histórias. As redes de resistência são impressionantes, uma vez que é evidente que a aplicação da lei ainda não é um aliado do movimento.

Seu livro Caminhos divergentes – Judaicidade e crítica do sionismo, amplia o espaço para que críticas progressista ao Estado de Israel – que frequentemente são acusadas de serem anti-semitas – aconteçam dentro do campo da judaicidade. Em abril, o pré candidato à presidência do Brasil Jair Bolsonaro palestrou no Clube Hebraica, onde fez afirmações preconceituosas e jocosas sobre negros, indígenas, mulheres, gays, refugiados e integrantes de ONGs, e defendeu que todo brasileiro tenha uma arma de fogo em casa. Foi muito aplaudido e ouviu gritos de apoio, sendo chamado de “mito” por parte da plateia. A Confederação Israelita do Brasil criticou a presença de Bolsonaro no clube. Como você avalia este embate entre forças progressistas e conservadoras dentro da comunidade judaica brasileira?

Eu não conheço a comunidade judaica brasileira o bastante para te dar uma resposta, mas talvez eu compreenda isso melhor depois da minha visita. O que muitas vezes eu consigo ver é que alguns conservadores olham para o Estado de Israel não apenas porque ele contém uma população minoritária (os palestinos), mas porque tem uma força militar forte e está disposto a usar a força militar de formas que claramente desafiam o direito internacional . Nos Estados Unidos, o supremacista branco Richard Spencer invocou o Estado de Israel como um modelo para seu próprio projeto, argumentando que assim como os judeus queriam seu próprio estado, também os brancos o querem. É claro que há uma oposição generalizada a este tipo de racismo dentro da comunidade judaica nos EUA e em Israel, mas isso nos diz algo sobre como o Estado de Israel é percebido. Muitos judeus entendem o que significa ter sido oprimido por conta do genocídio nazista, e para muitos isso os obriga a lutar contra opressões de todos os tipos, recusando o racismo de todos os tipos.

 

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